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Em prisão domiciliar, Uribe segue influenciando na política da Colômbia

30.08.20 12:27

O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe (foto) teve a prisão preventiva decretada no início de agosto após uma decisão da Corte Suprema. Semanas depois, ele renunciou ao cargo de senador. Uribe é acusado de manipular testemunhas em um processo que ele mesmo iniciou contra o senador de esquerda Iván Cepeda.

De sua casa, uma vez que cumpre prisão domiciliar, Uribe não parou de fazer reuniões com outros políticos, dar coletivas de imprensa e declarações nas redes sociais — algo que lembra o período do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na cadeia.

“Uribe continua tendo uma influência muito grande na política colombiana, com ajuda da tecnologia. Como a Corte Suprema não impôs restrições, ele continua fazendo política livremente”, diz o historiador colombiano Sergio Guarín, diretor-executivo da ONG Reconciliação Colômbia.

Uma condenação de Uribe é improvável. Como ele renunciou ao cargo de senador, o caso terá que tramitar de forma diferente na Justiça e pode permanecer anos sem uma conclusão. Mesmo que, de alguma forma, a liberdade de Uribe siga restrita, a corrente de direita que ele lidera continuará forte. Ao longo dos anos, o ex-presidente colombiano consolidou uma coalizão que defende valores como a segurança e o estado mínimo. Seus eleitores representam cerca de 40% da população. “Há muitos outros políticos que defendem essas mesmas ideias e que poderiam suceder Uribe no futuro, caso necessário”, diz Guarín.

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  1. Atrelar o nome de Uribe a atos nefastos de políticos brasileiros parece um tanto unilateral. Uribe lidou com muita competência no encaminhamento da mais longa guerrilha da América Latina que corroía seu país por dentro. Não entendi o que se almeja com essa matéria colocando Uribe, um dos poucos personagens positivos da nossa atrasada AL, no centro de uma discussão a lhe dar uma conotação de homem criminoso. Mau artigo esse, em minha opinião.

  2. A serviço estive na Colômbia várias vezes, tendo o mesmo ocorrido em relação à Venezuela. A Colômbia prosperou sob Uribe. Com ele, o país deixou de ser governado de fato por narcoterroristas como Pablo Escobar, cuja derrota exigiu a participação de organizações táticas e estratégicas dos EUA. Os colombianos não se esquecem disso, embora lamentem, por certo, desmandos na área da repressão aos movimentos guerrilheiros. Quem conhece aquele notável país só lhe pode desejar muita paz e progresso.

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