Adriano Machado/Crusoé

Deputados usaram dinheiro público para divulgar atos antidemocráticos, diz PGR

18.06.20 20:58

O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, alegou ao Supremo Tribunal Federal que os deputados bolsonaristas Bia Kicis (foto), General Girão, Guiga Peixoto e Aline Sleutjes usaram recursos da cota parlamentar para divulgar atos antidemocráticos realizados em 3 de maio, informa O Globo.

As informações constam na petição apresentada por Jacques a Alexandre de Moraes para pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático dos congressistas no âmbito do inquérito que apura a promoção e o financiamento de protestos que pregam a intervenção militar e o fechamento do STF e do Congresso Nacional. As diligências, assim como buscas e apreensões cumpridas na terça-feira, 16, foram autorizadas pelo ministro.

“Como se pode verificar, no ecossistema de redes sociais e propagação de idéias de mobilização social e realização de manifestações ostensivas nas ruas, há participação de parlamentares tanto na expressão e formulação de mensagens, quanto na sua propagação e visibilidade, quanto no convívio e financiamento de profissionais na área”, escreveu Jacques.

O vice-PGR sustenta que três dos quatro parlamentares contrataram a empresa Inclutech Tecnologia em abril, sob a rubrica divulgação de atividades, para “promover o respectivo apoiamento aos atos antidemocráticos”.

De acordo com o documento, Bia Kicis usou 6,4 mil reais da cota para a “criação e elaboração de peças em vídeo para publicação na web”. Para obter serviços semelhantes e com o mesmo objetivo, Guiga Peixoto pagou 6,5 mil reais e Aline Sleutjes, 10 mil reais. General Girão, por sua vez, teria adquirido os serviços da empresa Lima Junior por 7,4 mil reais.

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