TCE-PB

Conselheiros investigados no TCE da Paraíba negam acusações em sessão

18.12.19 16:10

Os três conselheiros do Tribunal de Contas da Paraíba que foram alvo da Operação Calvário – Juízo Final aproveitaram a sessão desta quarta-feira, 18, para dar explicações aos colegas e refutar acusações. Integrantes da força-tarefa da operação cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de André Carlo Torre Pontes, Nominando Diniz e Arthur Cunha Lima. Como têm foro privilegiado, os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça.

O conselheiro Nominando Diniz contou aos colegas que os policiais e promotores levaram apenas seu computador e um telefone celular. “Não sei por que fui visitado. Não guardo nenhum tipo de relação pessoal com representantes do governo do estado, e nem com membros de organizações sociais. Não tenho nenhum vínculo”, afirmou. “Toda relação é no gabinete deste tribunal e na presença de um auditor. Não houve omissão nossa”, argumentou o conselheiro “Quem não deve não teme”, finalizou. Nominando defendeu o adiamento do julgamento das contas do governo de Ricardo Coutinho referentes a 2016, previsto para esta quinta-feira, 19, e a sugestão foi acolhida pelos colegas.

Arthur Cunha Lima, que presidiu o TCE-PB entre 2015 e 2017, também negou envolvimento no esquema investigado na Operação Calvário e se declarou “uma vítima”. “Nunca fiz conchavo, nunca recebi dinheiro e nem sequer proposta”, alegou o ex-deputado estadual.

André Carlo Torre Pontes também deu explicações aos colegas e criticou a cobertura da imprensa sobre o caso. Ele fez graça ao relatar a chegada dos policiais à sua casa, durante o cumprimento do mandado de busca. “Quando o pessoal se dirigiu à minha porta, eu os recebi e, quando eles foram embora, eu disse: ‘voltem sempre, mas não para isso’”, contou André Carlo, referindo-se aos policiais.

A investigação da Calvário aponta que o ex-governador Ricardo Coutinho, do PSB, teria ingerência sobre o TCE da Paraíba, o que facilitou a vida da organização criminosa. De acordo com o MP, houve “atuação do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, por parcela veemente de seus conselheiros, no sentido de encobrir, ocultar, e, em determinadas situações, potencializar as condutas delituosas, exercendo papel central no modelo de negócio da empresa criminosa”.

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  1. Enquanto não se criar lei urgente para acabar com esses tribunais estaduais de faz de conta , que em todos os estados são cargos indicados sem nenhuma meritocracia , e na grande maioria ocupado por caciques e políticos em fim de carreira. Historicamente em nenhum estado se reprovam contas de governadores até porque são escolhidos pelos mesmos, é um desperdício enorme do dinheiro do contribuinte manter tribunais que se assemelham a palacetes de marajá com custos acima da realidade.

  2. Esses Tribunais de Contas são uma excrescência. Cabides de empregos para deputados, familiares e e amigos do círculo de poder. Não servem para nada, senão para onerar o tesouro público. Vamos fazer uma campanha: FECHAR TODOS!!!

  3. É fundamental que se aprofundem as investigações relativas aos Tribunais de Contas, como demonstram os casos do TCE-RJ (diversos conselheiros presos) e do TCE-SP ( conselheiro afastado por indícios de corrupção desde 2014 e ainda recebendo remuneração). É aquela velha estória: Quem vigia os vigilantes?

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