Pedro Ladeira/Folhapress

Cartilha bolsonarista: o que pensa o novo secretário de Atenção à Saúde

23.06.20 14:05

O governo federal nomeou Raphael Camara Medeiros Parente como secretário de Atenção Primária à Saúde. Integrante do Conselho Federal de Medicina, o ginecologista é crítico feroz do aborto, em sintonia com a cartilha do presidente Jair Bolsonaro.

Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo há menos de um ano, Parente disse que as mortes de gestantes provocadas pelo aborto — inclusive o clandestino — não configuram questão de saúde pública.

Em outro texto, disponibilizado pela Gazeta do Povo em março, o ginecologista posicionou-se contra a derrubada das restrições à doação de sangue por homens gays. Pouco tempo depois, em maio, o Supremo Tribunal Federal reconheceu que as normas da Anvisa que impunham as limitações são inconstitucionais.

Em relação à pandemia do novo coronavírus, no mês de abril, em artigo publicado por O Globo, Parente disse que quem determina o isolamento horizontal deve especificar por quando tempo o modelo vigorará e reclamou da falta de equipamentos de proteção individual, EPIs, e de exames para profissionais da saúde. “Não temos testes mesmo quando nós, médicos, estamos doentes. Enquanto políticos fazem exame diários até assintomáticos”, disparou.

A nomeação do médico foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 23, quase dois meses após a exoneração de Erno Harzheim, que trabalhava na gestão de Luiz Henrique Mandetta.

No meio tempo, Daniela de Carvalho Ribeiro assumiu o posto como substituta. Entre as principais ações, ela assinou o protocolo que recomenda o uso da cloroquina no tratamento de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus desde os primeiros sintomas, apesar da falta de comprovação científica sobre a eficácia do medicamento. 

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