Marcos Oliveira/Agência Senado

Bolsonaro terá de acertar em escolha de novo líder para melhorar relação com Senado

02.01.22 15:38

Com a assistência de nomes graúdos do Progressistas, como Arthur Lira e Ricardo Barros, pautas caras do Planalto avançaram na Câmara dos Deputados com certa facilidade em 2021. O trânsito livre, porém, não se repetiu no Senado, onde o governo federal encontrou dificuldades para negociar mesmo levando para dentro do palácio presidencial a experiência de Ciro Nogueira.

Há uma série de episódios que deixam clara a diferença de cenários. Por exemplo, enquanto deputados chancelaram a “minirreforma trabalhista” com mais de uma centena de votos de folga, senadores enterraram o texto pelo placar de 47 votos contrários, 27 favoráveis e uma abstenção. Além disso, as mudanças no Imposto de Renda, chanceladas pela Câmara, estão paradas há cerca de três meses no Senado.

A situação impõe um desafio importante para Jair Bolsonaro em 2022. Se quiser ter mais sucesso no Congresso, ele precisará acertar na escolha do sucessor de Fernando Bezerra na liderança do governo no Senado. O substituto do emedebista, que deixou o posto depois de sofrer uma derrota acachapante na disputa por uma vaga no Tribunal de Contas da União, terá a missão de melhorar o diálogo do Planalto com os senadores e abrir caminho para a aprovação de propostas econômicas relevantes para o governo no ano eleitoral e evitar novos desgastes.

Para Bolsonaro ter chances de chegar à reeleição, não basta o Auxílio Brasil. É necessário emplacar a pauta econômica que há muito está parada, com pontos da reforma tributária ou alguma privatização, por exemplo. Tudo isso passa por um líder de governo enfático e com trânsito”, diz um senador da base aliada, sob reserva.

Desde a saída de Bezerra, muitos foram os nomes aventados para o posto — parte deles com um porém. Um é Marcos Rogério, que ganhou projeção nacional e se aproximou de Flávio Bolsonaro quando atuou na tropa de choque do Planalto na CPI da Covid. Aliados do presidente, no entanto, avaliam que, para ele ascender ao cargo de líder do governo, teria de abrir mão dos planos de concorrer ao governo de Rondônia.

Correligionário de Bolsonaro, Carlos Portinho também é apontado por aliados do Planalto como uma possibilidade. Pesa contra ele, contudo, o fato de ser autor de um projeto que cria o Passaporte Nacional de Imunização e Segurança Sanitária, pauta condenada pelo presidente. Correm ainda pelos bastidores do Congresso apostas em Jorginho Mello, do PL, e Carlos Viana, do PSD. “Mas o presidente pode surpreender. É conhecido por isso”, ponderou outro parlamentar, que também pediu reserva.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO