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Ministro argentino condena invasão russa na ONU, apesar de Cristina Kirchner

28.02.22 11:47

O ministro de Relações Exteriores da Argentina, Santiago Cafiero (foto), condenou no Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta segunda, 28, a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Não é legítimo recorrer ao uso da força e violar a integridade territorial de outro estado como forma de resolver um conflito. As guerras preventivas são repreensíveis porque não são lícitas. A diplomacia existe para discutir as coisas”, disse Cafiero.

A Argentina reitera o pedido feito à Federação Russa para que cesse imediatamente com o uso da força e condena a invasão da Ucrânia, bem como as operações militares em seu território“, disse o ministro.

Foi a primeira vez que o governo argentino usou as palavras “condenar” e “invasão” para referir-se à guerra da Ucrânia.

Cafiero responde diretamente ao presidente Alberto Fernández. O que ele falou na ONU é o que defende o presidente“, diz o cientista político argentino Patricio Giusto, da Diagnóstico Político, em Buenos Aires. “Cristina Kirchner não pensa assim. Ela detesta Cafiero e queria ele fora do governo.”

A vice-presidente Cristina Kirchner não considera a guerra como uma invasão e, nas redes sociais, fez uma estranha comparação com a Guerra das Malvinas, em 1982.

A Argentina acaba de assumir a presidência do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Além da reunião nesse conselho, a ONU inicia nesta segunda um encontro extraordinário da Assembleia Geral, a pedido do Conselho de Segurança. Nesta reunião mais ampla, com a participação de 193 membros, o Brasil e todos os demais terão de se posicionar no conflito.

O presidente Jair Bolsonaro tem dito que o Brasil manterá a neutralidade. “A meu entender, não vamos tomar partido. Vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível pela busca de uma solução“, disse Bolsonaro. “Deixo claro que o voto do Brasil não está definido ou atrelado a qualquer potência. Nosso voto é livre e será dado nessa direção. Para nós, a questão dos fertilizantes é sagrada.”

Assim como Cristina Kirchner, Bolsonaro até agora não condenou a invasão russa da Ucrânia. “É uma insólita coincidência“, diz Patricio Giusto.

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