Adriano Machado/Crusoé

Afastados nacionalmente, PT e PDT discutem aliança improvável no Rio

10.01.22 07:01

No cenário nacional, Lula e Ciro Gomes disputam, com troca de farpas, a preferência do eleitorado. No Rio de Janeiro, porém, caciques de PT e PDT já se reuniram para discutir até uma eventual coligação majoritária para a disputa do governo estadual e da vaga fluminense no Senado. Pelo desenho, o pedetista Rodrigo Neves, ex-prefeito de Niterói, seria apoiado pelo PT ao governo, ao passo que o petista André Ceciliano seria apoiado pelo PDT ao Senado.
Além de Neves e Ceciliano, participaram das reuniões Washington Quaquá, vice-presidente nacional do PT e presidente do partido no estado, e o ex-deputado federal Miro Teixeira, escalado por Ciro Gomes para auxiliá-lo na campanha. Os encontros ocorreram no fim do ano passado, no gabinete da deputada estadual Martha Rocha, candidata do PDT à prefeitura do Rio no ano passado. As conversas prosseguiram neste início de 2022.
O acordo, porém, enfrenta grande dificuldade para avançar. Entusiasta da ideia, Quaquá ressalta que Ciro teria que parar de atacar Lula, o que é improvável. Já Miro avalia que a aliança regional poderia “confundir a cabeça do eleitor”. Outro ponto é que, mesmo pretendendo concorrer ao Senado, Ceciliano disputará o cargo que Lula indicar — e o ex-presidente sinalizou que prefere que ele entre na corrida pela Câmara dos Deputados. Seja como for, dirigentes de ambos os partidos prosseguem com as tratativas.

Para Washington Quaquá, é melhor Lula receber o apoio do pré-candidato ao governo do PDT, Rodrigo Neves, do que o do candidato do PSB, Marcelo Freixo. “Rodrigo Neves agrega mais a Lula no Rio do que Freixo”, diz Quaquá. Ou seja: a conjuntura ideal desenhada pelo cacique do PT no Rio é diferente da que vem sendo costurada em âmbito nacional, tendo em vista que, para a Presidência, PT e PSB ensaiam compor chapa.

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