Adriano Machado/Crusoé

Acervo da PF em São Paulo pode abastecer Lava Jato Eleitoral pelo país

30.07.20 08:03

O acervo utilizado pela Polícia Federal de São Paulo na investigação sobre pagamentos ilícitos da Odebrecht ao ex-governador Geraldo Alckmin (foto), do PSDB, reúne provas contra diversos políticos e pode abastecer a chamada Lava Jato Eleitoral em outros estados.

O tucano foi denunciado na semana passada por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois eleitoral pelo suposto recebimento de 11,3 milhões de reais da empreiteira nas eleições de 2010 e 2014, ao governo de São Paulo. Os repasses foram delatados pelos ex-executivos da Odebrecht que fecharam acordo de colaboração premiada. Alckmin nega.

Como mostrou Crusoé, a acusação está baseada em planilhas, mensagens e áudios que foram entregues pelo doleiro e por um agente da transportadora de valores que fazia os pagamentos ilícitos da Odebrecht. No mesmo acervo onde a PF de São Paulo encontrou as provas usadas na denúncia contra Alckmin tem os indícios de pagamentos vinculados a 90 codinomes de políticos.

Entre os políticos vinculados aos repasses estão nomes como os dos ex-ministros Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves e Edison Lobão, todos do MDB do Norte e Nordeste, e os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT-DF), Beto Richa (PSDB-PR), José Agripino (DEM-RN), Marconi Perillo (PSDB-GO), Raimundo Colombo (PSD-SC) e Sandoval Cardoso (SD-TO).

Dos políticos que teriam recebido dinheiro da Odebrecht por meio de intermediários em São Paulo e que permanecem com mandato, apenas o senador Ciro Nogueira, do Progressistas do Piaui, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República.

Mas no acervo de provas da PF também aparecem os repasses vinculados à deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) e aos deputados senadores Jader Barbalho (MDB-PA) e Kátia Abreu (PP-TO), cujo inquérito já foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal. Em março do ano passado, o STF decidiu que os casos de corrupção vinculados a caixa dois de campanha deveriam ser investigados e julgados no âmbito da Justiça Eleitoral, onde o ritmo dos inquéritos tem se mostrado ainda mais moroso do que o normal.

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  1. Com essas provas documentadas da Polícia Federal ,o que diria o Excelentíssimo Procurador da Republica , Sr . Aras ? É tudo mentira? Aguardemos...

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