Adriano Machado/Crusoé

Tragédia na tragédia: Brasil ultrapassa 100 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus

08.08.20 21:06

Cinco meses após o primeiro caso da doença, o Brasil ultrapassou a marca de 100 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus. Boletim divulgado na noite deste sábado, 8, mostra que o Ministério da Saúde contabilizou 905 óbitos decorrentes da pandemia nas últimas 24 horas, elevando o total a 100.477.

O mesmo levantamento revela que o país ainda superou 3 milhões de casos confirmados de Covid-19. No total, 3.012.412 pessoas foram diagnosticadas com a doença desde o início da crise — 2.094.293 estão recuperadas.

Poucos minutos após a divulgação do balanço, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República se esforçou, por meio do seu perfil oficial nas redes sociais, para tentar mostrar algum aspecto positivo das ações do governo federal no combate à doença.

“O resultado de tanto esforço é que somos uma das nações que mais recupera contaminados: já são mais de 2 MILHÕES DE BRASILEIROS SALVOS. Temos uma de menores taxas de óbitos por milhão entre os grandes países”, escreveu a pasta no Twitter.

Segundo um mapeamento mantido pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, o Brasil é o segundo país do mundo em número de casos confirmados e de óbitos provocados pelo vírus. Já dados da Universidade de Oxford indicam o país em 10º lugar entre as nações com a maior quantidade de mortes por milhão.

A marca de 100 mil mortes por Covid-19 provocou a reação de diversas autoridades. Integrantes do Legislativo e do Judiciário prestaram condolências e publicaram mensagens de solidariedade.

O presidente Jair Bolsonaro não havia se manifestado até o início da noite, limitando-se a replicar a mensagem da Secom no Twitter. Apesar do silêncio a respeito da trágica marca, o chefe do Planalto chegou a publicar uma foto alusiva ao título do Palmeiras de campeão paulista, conquistado na tarde deste sábado, 8.

Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do DEM do Amapá, classificou o dia como “um dos mais tristes da história recente” e decretou luto oficial de quatro dias. “O Congresso Nacional decreta luto em solidariedade a todos os brasileiros afetados pela pandemia e às vítimas desta tragédia”, disse.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM do Rio de Janeiro, por sua vez, ressaltou que o país não pode ficar “anestesiado” e tratar os números com “naturalidade”. “Cada vida é única e importa. Em nome da Câmara dos Deputados, presto mais uma vez solidariedade aos familiares e amigos das vítimas desta grande tragédia”, afirmou.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, preferiu divulgar uma carta aberta, na qual lamentou os reflexos da crise sanitária e anunciou luto oficial de três dias na corte. “São 100 mil pessoas que tinham um nome, uma profissão, projetos e sonhos. 100 mil vidas que certamente deixaram sua marca no mundo e na vida de outras pessoas”, escreveu.

O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, lamentou as mortes, sem citar a triste marca. “Não se trata de números, planilhas ou estatísticas, mas de vidas perdidas que afetam famílias, amigos e atingem o entorno do convívio social”.

Ex-titular do ministério, Luiz Henrique Mandetta também foi às redes sociais, só que para reprovar a atuação do governo frente à pandemia. “Cem mil vidas perdidas. Negacionismo, desprezo à ciência, perda de credibilidade e ausência de liderança. Solidariedade às famílias.Força SUS! Oremos!”, pontuou.

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