Ricardo Stuckert/PRLula e Macron na Amazônia: o jornalismo é uma profissão triste

Sobre o que Macron e Lula ainda não falaram

27.03.24 15:38

Rodeados por uma imprensa cordial, os presidentes Lula e Emmanuel Macron (foto) não tiveram problemas em pautar os assuntos durante a visita dos dois à Amazônia e ao Rio de Janeiro. Veículos comentaram que as fotos dos dois remetia a um clima de “ensaio de pré-casamento” e enalteciam os investimentos em bioeconomia.

Mais importante é o que não se falou até agora.

Lula e Macron são os dois maiores responsáveis por terem enterrado o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Ao conseguirem escapar desse assunto, os dois mostram que conseguem muito bem manipular o debate público.

As negociações estavam em seus momentos finais, quando Lula inventou dois problemas: reclamou que a União Europeia queria punir o Brasil por questões do meio ambiente e que precisava impedir que os estrangeiros participassem de licitações de compras governamentais.

Macron, por sua vez, disse no final do ano passado que iria se opor à conclusão do acordo UE-Mercosul. “É um acordo completamente contraditório com o que ele (Lula) está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo. Esse acordo, no fundo, não leva em conta a biodiversidade do clima”, disse o francês.

O argumento, meio sem sentido, demonstra apenas o temor do presidente francês em perder aprovação entre os produtores rurais de seu país, acostumados ao protecionismo comercial.

Em janeiro desse ano, Macron pediu à Comissão Europeia que interrompesse as conversas.

Se esse acordo ainda tem uma chance de ser assinado, não é por causa de Lula e Macron, e sim pela pressão dos produtores da América Latina e de outros países, como a Alemanha, que não têm medo da competição internacional.

O assunto, contudo, deve ser tratado em uma reunião na tarde desta quarta, 27, entre o setor industrial e o presidente francês, em São Paulo.

No prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Fiesp, na avenida Paulista Macron irá se encontrar com Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) e Josué Gomes, da Fiesp.

Nesta terça, 26, a CNI divulgou uma nota afirmando que “o encontro com o líder francês é uma oportunidade singular para reforçar a importância do acordo para as economias dos blocos e os benefícios para a relação bilateral entre Brasil e França”.

Segundo a CNI, o acordo traria evidentes benefícios à economia brasileira, como “diversificação das exportações, estímulo à competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo, cooperação para a transição energética e fomento à criação de empregos”.

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  1. Entendi direito ou estes dois trabalham contra o acordo que o Brasil tenta com a UE há anos? Vem cá mas isto não é crime de lesa pátria? Estes ditadores ... vão comendo Manés !!!

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