Fátima Meira/Futura Press/Folhapress

Osmar Terra nega existência de ‘gabinete paralelo’; Renan vê Bolsonaro como ‘ventríloquo’

22.06.21 12:13

A cúpula da CPI da Covid buscou explorar a atuação do “gabinete paralelo“, responsável pelo aconselhamento de Jair Bolsonaro na pandemia do novo coronavírus às margens do Ministério da Saúde, durante a inquirição de Osmar Terra. Confrontado com vídeos e falas similares às do presidente da República, o parlamentar rebateu senadores e negou a existência da estrutura.

Terra abordou o assunto diante de questionamentos do relator da comissão, Renan Calheiros, e do presidente do colegiado, Omar Aziz. De acordo com o deputado, Bolsonaro “ouve todo mundo“. “O senhor não é da área da saúde, presidente [Omar Aziz], nem o senador Renan, mas o senhor ouve alguém. O senhor vai perguntar. Pergunta para um, pergunta para outro, para formar um juízo. O presidente da República não pode fazer isso? Ele pode. Isso não significa que tem gabinete paralelo, estruturas paralelas. Isso é uma falácia“, disparou, na sessão desta terça-feira, 22.

O parlamentar alegou ter uma relação de “amizade” com Bolsonaro e relatou ter encontros “esporádicos” com o chefe do Planalto, uma vez por mês ou a cada 14 dias. “A relação que tenho com o presidente é uma relação de amizade, que ele tem com muitos outros deputados. Fui ministro. Gosto do presidente, tenho simpatia por ele. Quando, de vez em quando, o presidente me pergunta alguma coisa ou eu acho que tenho que falar alguma coisa, eu falo”, emendou.

Indagado se falou com Bolsonaro sobre a tese de “imunidade de rebanho” como tática de combate à pandemia, Osmar Terra alegou que esta “nunca foi a estratégia“. “A imunidade de rebanho é a constatação de como termina uma pandemia. Isso está em todos os livros. Não fui eu que inventei“.

Na sequência, Renan Calheiros veiculou vídeos em que Osmar Terra e Jair Bolsonaro dão declarações quase idênticas para contestar a eficácia do isolamento social, minimizar a urgência da vacinação, assim como a possibilidade de uma nova onda da crise sanitária, e defender o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19, apesar da ineficácia do medicamento contra a doença. “Impressionante é o ventríloquo, que, geralmente, fala o que o deputado fala também“, comentou o emedebista, em tom de ironia.

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