PRB repudia participação em fraude no Senado

O PRB divulgou nesta quinta-feira uma “nota de repúdio” para atacar um texto publicado no Diário de Crusoé.

O texto “Fraude no Senado: o senador suspeito e seus possíveis motivos”, traz uma leitura política sobre, como diz o próprio título, as possíveis razões que teriam levado o senador Mecias de Jesus, do PRB de Roraima, a depositar duas cédulas na urna na eleição para a presidência do Senado.

Como Crusoé noticiou nesta quarta-feira, o senador é o principal suspeito de ter cometido a fraude.

A avaliação de senadores que acompanham o caso é que um dos motivos possíveis era o interesse do PRB na vitória de Renan Calheiros. Preterido no governo Jair Bolsonaro após participar ativamente dos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer, a legenda montou sua estratégia de poder para este quadriênio dentro do Congresso. Isso passou pelo apoio a Rodrigo Maia na Câmara e a Renan Calheiros no Senado.

O partido, contudo, entendeu a análise como “absurda, e criminosa”, pois, a seu ver, ela leva à conclusão de que “o PRB teria interesse em fraudar a eleição para a Presidência do Senado”. Em nenhum momento Crusoé afirma isso. O texto informa que o partido apoiou Rodrigo Maia na Câmara e Calheiros no Senado. A propósito, o presidente da sigla, deputado Marcos Pereira, eleito por São Paulo, é vice-presidente da Câmara. Chegou ao posto graças a um acordo com Rodrigo Maia.

“O partido não tem nada a ver com isso”, afirmou Marcos Pereira em mensagem enviada a um dos jornalistas da redação logo após a divulgação da nota.”Ainda vou me reunir com o senador para ver o que está acontecendo”, completou.

Ex-ministro de Michel Temer e pastor da Igreja Universal, Marcos Pereira é investigado pela Lava Jato. Na delação da JBS, ele foi acusado de ter recebido propina em casa, a mando do grupo de Joesley Batista.

A seguir, a íntegra da nota do PRB:

“Nota de Repúdio

É completamente absurda, e criminosa, a suposição que faz a revista Crusoé e o site O Antagonista de que o PRB teria interesse em fraudar a eleição para a Presidência do Senado.

Ainda ontem, o senador Mecias de Jesus (PRB-RR), apontado pelas publicações como suspeito de ter depositado duas cédulas na urna, negou a acusação.

Escreveu hoje o repórter Caio Junqueira:

‘Por trás da atitude de Mecias, dizem os senadores que acompanham o desenrolar do caso, pode estar a estratégia política de seu partido, o PRB.

Preterido na Esplanada com a ascensão de Jair Bolsonaro ao Planalto após ocupar ministérios estratégicos nas gestões de Dilma Rousseff e Michel Temer, restou à sigla o Congresso Nacional’.

O repórter prossegue com a ilação conspiratória:

‘Na Câmara, o plano foi perfeitamente cumprido. Tanto que o presidente do partido, o deputado federal Marcos Pereira, virou o primeiro vice-presidente da Câmara. No Senado, o projeto passava por Renan (Calheiros). Único senador do partido, Mecias era considerado nas planilhas dos senadores como um voto certo no senador alagoano’.

São suposições ridículas, baseadas em prova nenhuma, que não têm outro objetivo a não ser criar fato que não existe.

Crusoé e O Antagonista deveriam ter mais cuidado com o que publicam para não descambarem ao descrédito.

PRB – Partido Republicano Brasileiro”

Crusoé reafirma o teor do texto atacado pelo partido.