Konstantin Von Wedelstaedt via Wikimedia CommonsBoeing 747 da empresa iraniana Mahan Air. Hoje, ele está com as cores da venezuelana Emtransur

Por avião apreendido, chanceler de Maduro chama Argentina de “neonazista”

13.03.24 15:06

Começou com um Boeing 747. Escalou a ponto do chanceler da ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela se referir a “o governo neonazi da Argentina”.

A mais nova crise entre os vizinhos ao norte e ao sul do Brasil se iniciou, na verdade, em 2022. Um Boeing 747-300, o único na frota da Emtrasur Cargo, a estatal venezuelana de transporte aéreo de carga, foi parado no aeroporto de Ezeiza, na capital argentina.

A preocupação do governo argentino não seria especificamente a carga — que seriam peças automotivas vindas do México — mas a aeronave em si. O avião, originalmente, pertence a Mahan Air, uma companhia aérea sancionada por Washington por dar apoio direto às forças Quds, unidade especial ligada diretamente ao aiatolá Ali Khamenei.

A tripulação do voo, apreendida e depois liberada na Argentina, tinha 14 venezuelanos e cinco iranianos. E a aeronave seria pilotada por Gholamreza Qasemi, general das Forças Quds em Teerã. Uma investigação de um jornalista iraniano, para um jornal israelense, chegou a apontá-lo como o responsável por levar armas e munições em voos para a Síria, provavelmente para abastecer o Hezbollah.

Depois de um ano e meio parado na Argentina, o governo de Javier Milei consentiu que a aeronave fosse entregue ao governo dos Estados Unidos. Ao chegar em Miami, o governo americano desmontou o Boeing 747.

A destruição da aeronave enfureceu o governo de Caracas, que tomou primeiro medidas contra Buenos Aires: desde o início da semana, aeronaves que saiam ou se dirigem à Argentina estão proibidas de cruzar seu espaço aéreo. Isso implica diretamente em voos que venham da costa leste dos EUA (como Miami ou Nova York), que terão de desviar dos céus sob o comando da ditadura bolivariana.

Quando o porta-voz de Milei disse que seu país não seria “extorquido por amigos de terroristas”, foi Yvan Gil, o chanceler venezuelano, quem perdeu a compostura:

“O governo neonazi da Argentina não apenas é submisso e obediente com seu amo imperial, como tem uma vocal ‘cara de pau'”, escreveu. “Manuel Adorni pretende desconhecer as consequências de seus atos de pirataria e roubo contra a Venezuela.”

Yvan Gil ainda garantiu que o espaço aéreo permanecerá fechado até que a Emtrasur seja “devidamente recompensada” pelo Boeing 747 apreendido. Isso não deve acontecer tão cedo, o que deve manter a alta tensão entre Buenos Aires e Caracas.

Leia mais em Crusoé:  Maduro marca “eleição” na Venezuela para dia de aniversário de Chávez

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  1. Maduro, o tão badalado amigo do Lula, tenta passar de democrata, todavia, não passa de um ditador sanguinário, disfarçado de presidente, eleito e reeleito em eleições fraudulentas. É um canalha de marca maior! Agora está convidando autoridades de outros países para fiscalizarem as eleições em que ele é o único candidato viável, já que seus adversários principais estão presos ou vetados como candidatos.

  2. Que moral este ditador assassino algoz de seu povo, como tantos e outros por aí, tem para acusar alguém de nazista? macaco, olha o teu rabo fétido e infecto.

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