Geraldo Magela/Agência Senado

Os cutucões entre Pacheco e Zema continuam

14.12.23 14:29

Durante o turbilhão da Super Quarta, que culminou com (entre outros eventos) as aprovações de Flávio Dino e Paulo Gonet, uma discreta decisão monocrática do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi comemorada em Belo Horizonte: o ministro autorizou a prorrogação do prazo da carência para o para pagamento da dívida estadual mineira em 120 dias.

O prazo, acertado entre a União e o governo federal, dá tempo ao estado de passar um plano de recuperação fiscal que permita o parcelamento das dívidas — que devem chegar a 160 bilhões no final deste ano.

A notícia não impediu, no entanto, que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG; foto), deixasse de citar o governador mineiro, Romeu Zema (Novo), ao tratar da questão.

“Quero contar muito com a colaboração do governo do Estado para poder entender que a eleição já passou, que a próxima eleição está muito longe ainda, e que nós temos que resolver o problema da dívida de Minas na construção política”, disse Pacheco em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 14.

Ele continuou: “Não é em rede social, não é criando arestas onde não deve, fazendo gestos que não são apropriados. Temos que ter maturidade política para sentarmos todo mundo [à mesa].”

À imprensa local, o líder do governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, João Magalhães (MDB), chamou a decisão de “alívio”. Zema até o momento não se manifestou publicamente sobre a decisão da Suprema Corte.

Nas últimas semanas, Pacheco buscou tomar a frente das discussões sobre a renegociação da dívida, se valendo de uma viagem de Zema à China e ao Japão. Com o governador do outro lado do mundo, o presidente do Senado encampou as negociações diretamente com a União, enquanto o governador esperava a Assembleia aprovar seu plano de recuperação fiscal.

A demora do Legislativo não ajudou Zema, que passou a colecionar críticos em todos os lados. Alexandre Silveira, o ministro de Minas e Energia de Lula, também passou a criticá-lo publicamente.

A decisão monocrática de Nunes Marques tem de ser votada pelo plenário da Suprema Corte — o que só deve ocorrer em fevereiro, no retorno do Judiciário.

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