Foto: Joelto Mata/O antagonista

Zema vai atrás de Lula em Brasília. Seu ministro vai criticá-lo em MG

20.11.23 13:33

Romeu Zema (Novo; foto) foi visto na manhã desta segunda-feira, 20, nas primeiras fileiras da solenidade pelo dia da Igualdade Racial, no Palácio do Planalto. A presença do governador, alinhado com a oposição a Lula, em um evento praticamente todo composto pela base aliada do presidente, na verdade tem outra razão: Zema quer uma brecha na agenda de Lula para, entre outros pontos, discutir a renegociação da dívida do estado.

Lula não tem nenhuma reunião oficial com Zema em sua agenda, mas precisa tirar o atraso de uma negociação que já começou, sem ele, na capital federal. Enquanto estava em viagem pela Ásia na semana passada, Zema viu o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) anunciar que ele vai até Lula, para apresentar uma proposta alternativa de renegociação da dívida estadual mineira. Isso antes de a proposta de Zema ser chancelada pelo Legislativo mineiro.

“Eu vou pedir a reunião em um primeiro momento com o presidente da República”, disse Pacheco, em coletiva no Senado; Na reunião feita na presidência da Casa, na última sexta-feira, Pacheco conseguiu levar o líder do governo Zema na Assembleia, o deputado estadual João Magalhães (MDB); o deputado federal Luiz Fernando Faria (PSD-MG), que coordena a bancada mineira no Congresso Nacional. Até o ministro de Minas e Energia, o ex-senador mineiro Alexandre Silveira, esteve na rodada de discussões.

Enquanto Zema busca um espacinho na agenda presidencial, Silveira fez o caminho contrário e voltou a Belo Horizonte, que é seu reduto político. O ministro, no entanto, parece decidido a não abaixar o fogo contra Zema: em entrevista nesta segunda-feira à rádio O Tempo, ele definiu a gestão do Novo como “fracassada” e parte de um “período obscuro” do estado.

No argumento de Silveira, Zema teria de ter se aproveitado de uma liminar garantindo a seu antecessor, Fernando Pimentel (PT), o não pagamento da dívida. Em vez de usar a autorização para ganhar tempo ao negociar a dívida, o estado não teria feito nada.

“Para minha surpresa e demonstrando total irresponsabilidade com as contas de Minas, ele…com um governo federal, o governo Bolsonaro, alinhado com ele, o governador não procurou sequer diminuir os impactos dessa dívida com o pagamento dos juros”, disse Silveira à rádio. “Ele não procurou com o presidente da época [Jair Bolsonaro, de quem era aliado] para estender essa dívida para encontrar uma forma de equacionar a situação.”

A dívida de Minas Gerais com a União deve superar os 161 bilhões de reais até o final do ano.

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  1. Não é possível que o presidente não tenha um horário na agenda para receber o governador de um dos mais importantes estados do país!!!!! Há algo estranho aí!!!!

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