Adriano Machado/Crusoé

MPF quer suspensão de protocolo que sugere uso irrestrito da cloroquina

30.05.20 15:51

Procuradores da República de quatro estados assinaram uma recomendação ao governo Jair Bolsonaro para que seja imediatamente suspenso o protocolo do Ministério da Saúde que ampliou a orientação do uso da cloroquina para casos leves e moderados do novo coronavírus.

A recomendação da pasta, que foi divulgada no último dia 20, estipula que a prescrição da substância cabe ao médico e depende da vontade do paciente.

No dia em que o protocolo foi liberado, o presidente comemorou as novas diretrizes no Twitter: “Ainda não existe comprovação científica, mas [a cloroquina está] sendo monitorada e usada no Brasil e no mundo. Contudo, estamos em Guerra: “Pior do que ser derrotado é a vergonha de não ter lutado.””

Os procuradores de São Paulo, Rio, Sergipe e Pernambuco ressaltam que “não se tem notícia da conclusão do estudo e da análise pela Anvisa quanto à eficácia e segurança do uso da cloroquina”

Eles ainda lembram que, apesar da orientação do ministério, a própria nota informativa do governo afirmou que “não existem evidências científicas robustas que possibilitem a indicação de terapia farmacológica específica para a Covid-19”.

Os procuradores citam um estudo publicado na revista médica The Lancet sobre o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de pacientes internados com coronavírus, abrangendo 96 mil pessoas dos seis continentes.

Segundo eles, “além de não constatar benefício aos pacientes, o estudo verificou que o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina com ou sem macrolídio está associado ao aumento das taxas de mortalidade e arritmias cardíacas em pacientes hospitalizados com Covid-19”

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