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Ex-assessor acusado de receber dinheiro da Odebrecht para Alckmin vira réu

11.12.19 16:23

O ex-assessor do governo paulista Sebastião Eduardo Alves de Castro (foto) virou réu na ação civil em que é acusado pelo Ministério Público de São Paulo de ter recebido pagamentos ilícitos da Odebrecht para a campanha do ex-governador Geraldo Alckmin, do PSDB, em 2014.

A pedido do promotor Ricardo Manuel Castro, a juíza Luiza Barros Rozas Verotti, da 13ª Vara da Fazenda Pública, decretou, em decisão proferida na terça-feira, 10, o bloqueio de bens e das contas bancárias do ex-assessor tucano até o valor de 42,9 milhões de reais.

Eduardo de Castro foi assessor da Imprensa Oficial de São Paulo entre 2011 e 2018, subordinado a Marcos Monteiro, ex-presidente do órgão e ex-secretário de Planejamento do governo Alckmin. Monteiro era o tesoureiro de campanha do tucano em 2014 e foi apontado por delatores da Odebrecht de ser o arrecadador de recursos ilícitos por meio do codinome “M&M”.

Na ação de improbidade administrativa movida contra Eduardo de Castro, o promotor aponta como provas do recebimento de recursos ilícitos as mensagens de Skype trocadas por agentes da Transnacional, a transportadora de valores usada pelo doleiro Álvaro Novis para fazer as entregas de dinheiro da Odebrecht.

No material, ao qual Crusoé teve acesso e divulgou em reportagem na edição 73, o nome, o endereço e o número de telefone de Eduardo de Castro aparecem vinculados a dez entregas de dinheiro, no valor total de 6 milhões de reais (imagem abaixo). Ao todo, a Odebrecht afirmou em delação premiada ter repassado 8,3 milhões de reais a Alckmin via caixa 2 naquele ano. Alckmin e Marcos Monteiro também são alvos de ação em outro processo. Todos negam as acusações.

 

 

O MP paulista apresentou, ainda, gravações de ligações feitas a Eduardo de Castro por um funcionário do doleiro Álvaro Novis nas datas das entregas de dinheiro da Odebrecht. O mesmo esquema foi usado para fazer pagamentos da empreiteira a diversos outros políticos de diferentes partidos, como o deputado federal Paulinho da Força, do Solidariedade, indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na esfera criminal.

Uma das ligações foi feita às 11h35 do dia 10 de julho de 2014. Márcio Amaral, funcionário da corretora de valores do doleiro Álvaro Novis no Rio de Janeiro, liga para Eduardo de Castro para avisar que os agentes da transportadora estavam com a encomenda na frente de sua casa. “Eu aguardo na porta, então”, respondeu. Segundo as mensagens de Skype da Transnacional no mesmo dia, o pagamento de 1 milhão de reais foi feito na casa do ex-assessor, no Brooklin, em duas entregas de 500 mil reais.

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