Adriano Machado/Crusoé

Entre Moro e Bolsonaro, Centrão fica com o presidente

24.04.20 18:49

Caciques de partidos do Centrão decidiram ficar do lado do presidente Jair Bolsonaro (foto) na recente crise envolvendo o pedido de demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça.

Não por que o grupo não acha graves as acusações de interferência na Polícia Federal feitas pelo ex-juiz contra o presidente, ao pedir demissão.

Lideranças do bloco admitem nos bastidores que a opção se deve a dois motivos: porque Bolsonaro abriu negociação direta com parlamentares Centrão por espaços no segundo escalão do governo, em troca de apoio no Legislativo, e também por querer marcar uma posição contra Moro, de quem parlamentares nunca gostaram desde os tempos em que o então juiz chefiava a Lava Jato.

Embora tenham optado por Bolsonaro, caciques do grupo, que inclui PP, Republicanos, PL, PSD e Solidariedade, não pretendem defendê-lo publicamente. A estratégia será desacreditar Moro e só nos bastidores.

Essa posição do grupo ficou clara nas manifestações de lideranças do bloco, defendendo que o foco agora deve ser o combate ao coronavírus. O Republicanos, por exemplo, emitiu nota propondo “trégua” entre os poderes.

No Senado, muitos levantaram dúvidas sobre o pronunciamento de Moro. O líder do MDB, Eduardo Braga, pediu calma aos colegas e questionou se o ex-juiz tinha  realmente provas do que estava falando. O líder do PSDB, Roberto Rocha, foi na mesma linha.

A ordem no Centrão é observar o desenrolar da crise. Por ora, ressaltam que não há clima para dar seguimento a um pedido de impeachment de Bolsonaro.

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