Jefferson Rudy/Agência Senado

Empreiteiro diz que acertou propina de R$ 5 mi em encontros com Serra e Aloysio

30.09.20 07:01

O empreiteiro Dario de Queiroz Galvão Filho, sócio da Galvão Engenharia, afirmou em depoimento ao Ministério Público Federal que acertou o pagamento de 5 milhões de reais em propina em encontros com o senador José Serra e o ex-ministro Aloysio Nunes, ambos do PSDB, durante as eleições de 2006.

Segundo Galvão Filho, que fechou acordo de delação premiada após ser preso pela Lava Jato de Curitiba em 2015, o dinheiro foi repassado como suposta doação à campanha de Serra, que na época concorria ao cargo de governador de São Paulo, em troca de contratos públicos na gestão tucana.

O delator afirma que se encontrou com o ex-ministro Aloysio Nunes em um jantar no restaurante Fasano, no dia 16 de maio de 2016, para “consolidar o ajuste” que já havia sido acertado entre um diretor da Galvão Engenharia e o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, operador financeiro do PSDB indicado por Aloysio para ser diretor da Dersa, a estatal paulista de obras viárias.

O depoimento de Galvão Filho consta da denúncia oferecida nesta terça-feira, 29, pela força-tarefa da Lava Jato de São Paulo contra Paulo Preto, Mário Rodrigues, outro ex-diretor da Dersa, e dois executivos da Galvão Engenharia por lavagem de dinheiro desviado de contratos da estatal.

Segundo o delator, no jantar, Paulo Preto explicou que o futuro governo teria um grande pacote de obras e, para que a Galvão Engenharia fosse contemplada nas licitações, ele teria de pagar 5 milhões de reais. Em seguida, ainda de acordo com o empreiteiro, foi marcado um segundo encontro, desta vez, com o próprio candidato ao governo, José Serra, em uma casa no bairro Alto de Pinheiros, na capital paulista, onde funcionava o escritório político do tucano.

Neste encontro, Galvão Filho afirma que Aloysio explicou a Serra que a empreiteira pagaria os 5 milhões de reais para a campanha “em razão de seu interesse em participar de obras do futuro e eventual governo”. Segundo a denúncia do MPF, o empreiteiro recebeu “aceno positivo de Serra”.

O pagamento teria sido operacionalizado por um diretor da Galvão amigo de Paulo Preto por meio de depósito bancário em uma conta na Suíça indicada pelo operador do PSDB. Após a eleição de Serra, que assumiu o governo de São Paulo em 2007 e indicou Aloysio Nunes como chefe da Casa Civil, a “Galvão Engenharia foi contemplada no lote 4 do túnel da avenida Roberto Marinho”.

Procurada, a assessoria de Serra afirmou apenas que o tucano não foi alvo desta denúncia feita pela Lava Jato. O senador havia sido alvo de busca e apreensão e de denúncia de lavagem de dinheiro do esquema da Odebrecht em julho, mas o processo foi suspenso por decisões dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

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  1. A lista de intocáveis só aumenta. Todos protegidos pelo governo, justiça, etc. Apesar de inúmeras denúncias concretas nada acontece.

  2. Mais um que eu nunca acreditei. Cadeia como para todos. Não tem que ter essa de proteção de juíz de STF. E o pior que as pessoas mal intencionadas já vão logo associando esse homem e corruptos de seu partido a Sergio Moro. Tentando sujar a imagem do único homem que teve coragem e foi íntegro para acabar com a corrupção. Pôs a família em risco por nós e tem idiota atacando Moro. AH o CARLIXO e seu gabinete de lixos destruidores de reputação.

  3. Eu jurava que o Serra era honesto ! Sempre votei nele mesmo não gostando de seus olhos de peixe morto e sua cara de constante dor de barriga ! Safado !!!!

  4. Miliquismo = Sarneyzismo = Collorismo = Tucanismo = Petismo = Bozismo. Esta é a sequência da expansão da corrupção no Brasil.

  5. É uma raça repugnante essa de corruptos, que na verdade, é coletivo de multicriminosos, praticantes de crimes que vão do estelionato ao genocídio. Precisamos dar cabo deles nas urnas e fiscalizá-los para sempre, sem tréguas!!!!

  6. Pois é. Infelizmente, de nada vai adiantar. Certeza quevó "viajandão de Portugal" mais o serviçal do pt irão desqualificar o roubo aos cofres públicos, em nome da "amizade".

  7. E nós, assistimos a tudo impotentes porque a cada período eleitoral elegemos nossos algozes. Como combater a corrupção se os responsáveis por impedi-la - de qualquer partido - estão todos envolvidos? Que teatro é esse? Está tudo dominado! Para completar, todos esses políticos estão em campanha eleitoral desde o início do ano e ninguém toma atitude. O governo não abre mão do bolsa miséria que seria emergencial. Claro que sabemos os motivos...terá votos sim senhor...

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