Mateus Bonomi/Crusoé

Eduardo Bolsonaro insinua que bolsonaristas são vítimas como judeus

01.06.20 21:18

O deputado Eduardo Bolsonaro (foto) insinuou nesta segunda-feira, 1, que bolsonaristas são vítimas de “estratégia” similar à adotada pelo regime nazista, imposto por Adolf Hitler, contra os judeus. 

Em duas publicações no Twitter, o filho 03 de Jair Bolsonaro afirmou que, antes de serem assassinados, judeus “foram rotulados, demonizados e, enfim, desumanizados” pelos nazistas. “Uma total inversão no imaginário das pessoas, usando jogo de palavras, repetindo mentiras até que se sedimentassem como verdade em suas cabeças”, pontuou.

Eduardo argumentou que a tática, entretanto, não serviu apenas a Hitler e se “enquadra em toda ideologia totalitária, ditatorial”. “Famosa frase atribuída a Lenin, um dos pais do comunismo: ‘Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é’. A direita brasileira hoje sofre com isso”, complementou, ignorando o fato de que a maior parte dos partidos e movimentos do espectro político de direita não está mais ao lado do governo Bolsonaro nem foi alvo de recentes protestos e críticas.

Usada pelo deputado no tuíte, a frase erroneamente atribuída a Lenin ainda foi escrita incorretamente. A forma certa é: “Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é”. 

A manifestação de Eduardo ocorre um dia após o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmar, em mensagem enviada a interlocutores, que a movimentação registrada na República de Weimar, período entre a Primeira Guerra Mundial e o nazismo, “parece estar prestes a eclodir no Brasil”.

O magistrado ainda declarou que “bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia” querem a instauração “de uma desprezível e abjeta ditadura militar” no país.

No domingo, 31, Eduardo também escorregou ao tentar usar uma citação em reação a atos a favor da democracia. “Os fascistas do futuro, [sic] se chamarão a si mesmos de antifascistas”, escreveu, mencionando o ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill, que nunca fez a declaração.

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