Doleiro confirma entrega de dinheiro em casa de advogado ligado a Cunha

22.10.19 14:14

Ao investigar as suspeitas de pagamento de propina ao deputado federal Sergio Souza para blindar na CPI dos Fundos de Pensão empresários e ex-dirigentes de fundos, a Polícia Federal chegou a levar um doleiro em endereços no Lago Sul, em Brasília, para confirmar o local das entregas de valores.

Acompanhado do delegado do caso, o doleiro Francisco Araújo Júnior, o Jubra, apontou a residência do advogado Marcos Joaquim (foto), aliado do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, como local de entrega de propina. Segundo a PF, Marcos Joaquim é amigo de Sergio Souza e foi o principal intermediário entre ele e os empresários e dirigentes investigados no esquema criminoso arquitetado para evitar convocações na CPI.

O doleiro Jubra tem colaborado com a PF e o MPF em várias investigações. Especializado na entrega de valores em espécie em Brasília, ele chegou a ser preso, em maio de 2018, na Operação Câmbio Desligo, um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio. Chamado para depor na PF na investigação sobre o deputado Sergio Souza, o doleiro confirmou que fez várias entregas em escritórios de advocacia e residências em Brasília e citou especificamente um endereço no Lago Sul, onde fez entregas a pedido do doleiro Claudio Barboza, o Tony, que operava do Uruguai uma conta utilizada pelo operador Lúcio Funaro para realizar pagamentos ilícitos. Tony, ao lado de Vinicius Claret, o Juca Bala, chefiava o “banco dos doleiros”, responsável por movimentar cerca de 1,6 bilhões de dólares em dinheiro sujo.

Durante o depoimento, ele se lembrou da casa no Lago Sul onde entregou dinheiro, em 2015, e disse que à época havia um Porsche na garagem. Ao levantar as informações oficiais do endereço e do veículo, os investigadores confirmaram tratar-se do endereço e do carro de Marcos Joaquim.

A confirmação do doleiro ajudou a PF a rastrear as entregas de 2,75 milhões de reais em Brasília que teriam como destinatário Sergio Souza. Os valores e as datas dos pagamentos, entre outubro e novembro de 2015, constam de uma planilha que o doleiro Tony utilizava para fazer o controle de suas entregas de dinheiro e batem com as anotações encontradas pela PF em um caderno de Lúcio Funaro apreendido em maio de 2017. Além disso, os investigadores também identificaram um pagamento em São Paulo feito por Funaro para um ex-assessor de Souza no valor de 500 mil reais.

Em nota divulgada nesta segunda, Sergio Souza afirmou estar “tranquilo” em relação à operação e que “trabalhou com afinco para produzir resultados efetivos” na CPI dos Fundos de Pensão. Já o advogado Marcos Joaquim disse que “sempre esteve à disposição das autoridades com total lisura e transparência”.

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  1. É nojento o cinismo desses bandidos, são sempre inocentes, estão à disposição da justiça, acreditam na justiça, vão provar sua inocência, etc, etc. Eles podiam ao menos mudar os bordões, esses já cansaram e provocam escárnio no povo. São ordinários mesmo e ainda pensam que somos burros. A maioria da população não é mortadela, não vagabundos!!!

  2. Que bom foi a introdução do mecanismo jurídico da delação premiada no nosso direito penal! QTO mais luzes na escuridão da CORRUPÇÃO, mais corruptos irão p a cadeia!!!

  3. Isso só acontece em país que possui um Estado gigante interferindo em tudo, paternalismo colossal, classe politica corrupta, só pode dar em pobreza, corrupção e desigualdade social!

  4. nunca irão admitir o roubo deslavado do nosso dinheiro. com esse congresso e esse STF todos são inocentes. bandidos somos nós o povo quando os criticamos. Cambadas de FDPs

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