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Como a Nova Zelândia conseguiu ter apenas 50 mortes por Covid em dois anos

09.01.22 18:10

A Nova Zelândia, país de 5 milhões de habitantes, registrou 25 mortes por Covid em 2020. No ano passado, o número se repetiu. O total em dois anos, 50, é menor do que o que o Brasil registrou apenas no último dia 6 de janeiro. Em janeiro deste ano, o sucesso dos neozelandeses e da primeira-ministra Jacinda Ardern (foto) na pandemia virou tema de um livro, lançado em inglês. A obra Política na Pandemia: Jacinda Ardern e a Eleição de 2020 na Nova Zelândia foi organizada pelo cientista político Stephen Levine, professor da Universidade Victoria, na cidade de Wellington. Levine falou a Crusoé:

O fato de a Nova Zelândia ser uma ilha facilitou a contenção do coronavírus no país?
Pode-se afirmar que países insulares podem melhor proteger os seus cidadãos em uma pandemia das ameaças de fora. As fronteiras podem ser fechadas e monitoradas com mais facilidade. Mas nem todos os estados insulares foram bem-sucedidos. Madagascar teve mais de 50 mil casos e mais de mil mortes. No Pacífico, a Nova Caledônia teve 13 mil casos e 281 mortes. Fiji, 53 mil casos e 697 mortes. A Polinésia Francesa, 46 mil casos e 636 mortes. Mesmo assim, muitos países que são ilhas do Pacífico não tiveram nenhum caso e nenhuma morte, o que sugere que é mais fácil para um estado insular impedir que o vírus entre no país. Também é verdade que muitos países que são ilhas, incluindo a Nova Zelândia, alcançaram altas taxas de vacinação. Isso também parece mostrar que eles conseguem alcançar mais facilmente toda a população necessitada.

Algumas políticas da Nova Zelândia poderiam servir de inspiração para o resto do mundo?
A experiência da Nova Zelândia mostra que é possível conter, controlar e derrotar o vírus. Certa vez, o governo decretou um lockdown de emergência depois que um viajante vindo da Austrália testou positivo para a Covid. O caso virou piada no resto do mundo. Diziam que o país estava reagindo de forma muito dramática com apenas um único caso noticiado. Mas dentro da Nova Zelândia não houve zombaria. As pessoas entenderam que o governo estava respondendo de forma rápida e ampla, cercando a Covid-19 antes que ela pudesse se espalhar. Essa abordagem mostrou que, para o governo, a vida dos neozelandeses era a prioridade. Nosso sucesso mostra que o governo deve ser cauteloso e não deixar que a vida e o bem-estar das pessoas corram riscos desnecessários. É claro que há um preço a se pagar — um preço alto — por esse esforço. Os lockdowns podem ser estressantes para indivíduos e suas famílias, e podem ter consequências graves em diferentes setores da economia. No entanto, se a principal tarefa de um governo é fornecer segurança para seu povo e manter seus cidadãos saudáveis ​​e vivos, então vale a pena pagar esse preço.

A Nova Zelândia poderia ser um exemplo de como os lockdowns devem ser implementados?
O sucesso ou fracasso de um lockdown depende de uma série de fatores, incluindo a reputação do primeiro-ministro ou do presidente, o grau de confiança do público nas suas lideranças e a competência dos que tomam as decisões. A Nova Zelândia realizou bloqueios nacionais e regionais. O escopo e a duração desses lockdowns sempre foram anunciados imediatamente, com anúncios na televisão, na internet e em mensagens para os celulares das pessoas. Neles, as autoridades explicavam o motivo do lockdown. Depois, reavaliavam regularmente a necessidade das medidas. Em qualquer país, a adoção de políticas lógicas e prudentes e a comunicação clara e coerente aumentam a probabilidade de que o público aceite um lockdown como uma resposta razoável a uma ameaça persistente.

O estilo de governar da primeira-ministra Jacinda Ardern contribuiu para esse sucesso?
Jacinda tomou decisões baseadas na ciência, após consultar o ministro de Saúde. Fez coletivas de imprensa regulares, que incluíram sessões de perguntas e respostas e que foram transmitidas pelas redes sociais. Nessas horas, ter uma liderança boa, respeitada e confiável, é muito importante. Jacinda tinha o domínio dos fatos e uma capacidade comprovada de se comunicar com a população com eficiência. Com isso, ela conseguiu criar uma cumplicidade com o público, que confiou inteiramente nela. Um exemplo disso ocorreu em 2020, quando o governo decidiu adiar as eleições parlamentares por causa da pandemia. Os partidos suspenderam suas campanhas. Mas todas as siglas, a imprensa e o público em geral apoiaram a decisão. Depois, a eleição ocorreu normalmente. Ninguém ficou com medo de que o pleito não ocorreria ou pensou que a nossa democracia estava em perigo.

Qual foi o resultado eleitoral para Jacinda Ardern e para o seu Partido Trabalhista?
O governo de Jacinda Ardern não apenas foi reeleito, como ampliou sua maioria no Parlamento. O resultado foi extraordinário. Foi a primeira vez desde a introdução do atual sistema eleitoral, em 1996, que um partido político conseguiu a maioria dos votos. Isso permitiu ao Partido Trabalhista governar sem depender de coalizões, embora depois tenha optado por incluir o Partido Verde no governo.

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  1. Olha, Crusoé: tenho asco do Bolsonarismo, mas é absolutamente ridículo comparar com o Brasil um país minúsculo como a Nova Zelândia. É um desrespeito ao leitor. É como colocar lado a lado um um elefante e um camundongo. Este tipo de notícia é desinformação pura. Meia verdade bem no estilo Jornal Nacional.

    1. Não foi bem assim, José. Em pelo menos duas frases do texto houve comparação direta ou indireta: -"O total em dois anos ... é menor do que o Brasil registrou apenas no dia 6 de janeiro" Seguida da absurda insinuação que seria possível transpor o caso da Nova Zelândia para qualquer país: -"A experiência da Nova Zelândia mostra que é possível conter, controlar, derrotar o vírus." Por que será que França, Reino Unido, Itália e outros não aplicaram o modelo da Nova Zelândia?

    2. Crusoé não comparou nada. Apenas descreveu o que aconteceu por lá.

  2. É importante sabermos a idade média da população do país assim como sabemos também a faixa de idade dos casos q foram a obito

  3. Bozistas são ridículos. A reportagem não compara NZ com o Brasil. Apenas descreve o que aconteceu por lá. Teve uma líder que gerenciou a crise usando dados científicos. Aqui, como sabemos, a crise foi gerenciada usando propositalmente o charlatanismo como instrumento para genocídio. Bozistas são criminosos!

  4. Tudo é relativo e não tem como comparar um pequeno pais insular com um pais continental, onde a população brasileira é 42 vezes maior. Assim teríamos que se debruçar e estudar países pequenos com taxas de letalidade muito grande, tipo: México, Peru, Reino Unido, França, Itália, etc... Portanto, tudo é relativo.

    1. Kkkkkk. Bozista falando em debruçar e estudar, kkkkkkkkkkk. Desde quando Nyco Penyco. Bozistas não possuem capacidade cognitiva alguma. São seres inertes, um tipo de virus, que vivem nas coisas mais pútridas do mundo.

    2. Tudo é relativo, menos o Nyco Penyco. A delinquência e ignorância dele são absolutas!

  5. Blá,blá,blá,blá será q dar pra entender, quer q desenhe! Lá pode fechar tudo por 5 anos, porque são ricos! Nós pauperrimos, por isso não dá para comparar! Seus cérebros de ameba!

    1. Paupérrimos porque há gente como você que volta em corruptos e genocidas!

  6. Os comentários representam bem o nós x eles. A impossibilidade de diálogo, a eterna polarização, sem chance de coexistência, também demonstra o nosso fracasso econômico dos últimos anos. Um grupo sabota o outro. No Brasil, tudo é para manter o poder e se manter. Não interessa o custo. Não existe sociedade que avance em um cenário assim.

    1. Durante o período que trabalhei nessa empresa, consegui uma boa margem para ela, aumentei a venda dos distribuidores, e sobretudo, consegui um preço adequado para o consumidor final. CHA: Conhecimento, habilidade e mais do que tudo, ATITUDE. Apesar de não lhe dever satisfação, faço questão de ser deixar claro, que ao contrário de vc, EU NÃO CONVERSO FIADO. Se faço uma colocação, ela é verdadeira. Se quiser mais detalhes, estou à disposição.

    2. 2a- Eu fui com outros 2 colegas. Eles em 2 novamente, como deduzi. Queriam mais desconto, pois estavam em conversa com concorrentes. Não aceitei, pois sabia que a nossa logística era a única que conseguiria viabilizar o preço que tinha oferecido. Ao me levantar, deixei minha pistola à mostra. Eles dessa vez não tinham retirado às suas.

    3. Huuum…Nyco Penyco, você não precisa compartilhar suas práticas sórdidas aqui. Sabemos muito bem o que você faz para viver. Nyco Penyco, a última diarréia do Bozismo aloprado!

    4. PAULO parasita consultor? __ Faz-me rir, ... kkkk!! _ Deve ter sido enrabado pelo miliciano malvado, .. kkk!

    5. Colega, não venha com uma visão de Poliana. Me aponte onde vc vislumbra uma ponte de comunicação com o bolsonarismo. O bolsonarismo é uma máquina de moer gente. É uma milícia. Veja o que fizeram com os servidores da Anvisa. Quando fui Consultor de Negócio de uma multi na área de GLP, cheguei a negociar com miliciano. Vc já negociou com miliciano? Se algum dia for, VAI ARMADO.

  7. A ignorância se alimenta da ignorância. Bolsonarista é o suprassumo da ignorância, talvez até mais q os lulistas. Eles se alimentam da ignorância do Bolsonaro, q em contrapartida, se alimenta da ignorância deles, e assim se tornam uma simbiose, q acaba sendo uma doença que ataca o organismo chamado Brasil. Nós somos às células. Eles são os vírus. Ainda bem que cada vez temos mais vacinados. Moro 🇧🇷

  8. Crusoé ou cruz-credo! Vocês destroem qualquer possibilidade de diálogo e bom senso. Um pouco de bom caráter seria bom para este "repórter".

    1. Qual foi a comunicação da primeira-ministra Jacinda Ardern? Qual foi a comunicação do Bolsonaro? Vacina chinesa. Vai virar jacaré. É só uma gripezinha. Vai chorar até quando?... Bolsonaro desencadeou um genocídio no Brasil, e a chiCAGADA na economia, afundou o Brasil.

    1. Como esperado, o PIB teve uma forte retração com as medidas de proteção à população. Em seguida, como verificado na pandemia da gripe espanhola, uma recuperação espetacular. Governos que optaram por impor a sociedade, o falso dilema entre salvar vidas ou a economia, como o Bolsonaro, contribuíram para a morte de milhares de pessoas e afundaram a economia.

  9. Cretinice. Não dá para insinuar qualquer tipo de comparação com uma ILHA de 5 milhões de habitantes com um país continental de 120 milhões de pessoas. Pura má-fé.

    1. Uma matéria que enaltece a prudência de uma governante, mexe com a emoção de alguns. De um lado uma líder respeitada e competente, q se cercou de profissionais competentes para à tomada de decisão na pandemia. Do outro um VAGABUNDO, que ninguém de boa índole respeita, que se cercou de imbecis. Nunca teríamos somente 50 mortes na pandemia. Mas com um governo prudente, jamais chegaríamos ao número de 620 mil mortos.

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