Xinhua

Com maior acordo comercial do mundo, China abre mercado em troca de influência política

17.11.20 15:31

A China e outras 14 nações da Ásia assinaram no domingo, 15, o maior acordo de livre comércio do mundo, englobando 30% do PIB mundial. A assinatura foi feita por líderes dos diversos países em uma videoconferência. O representante da China no evento virtual foi o primeiro-ministro Li Keqiang (na foto, à esquerda).

Segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, trata-se de uma vitória do multilateralismo sobre o protecionismo. Agora, a China soma 19 acordos de livre comércio, com 26 países.

“O sonho de qualquer país é ter acesso ao gigantesco mercado chinês. Para a China, o ganho é principalmente na sua influência política na região”, diz Dorival Guimarães Pereira Jr., professor de relações internacionais do Ibmec, em Belo Horizonte. Com o tratado, espera-se que a repressão aos movimentos democráticos em Hong Kong ou ações belicosas no Mar do Sul da China recebam menos condenações entre os países que estreitaram os laços comerciais com Pequim.

Com o RCEP, a China aproveitou o vácuo deixado pelos Estados Unidos quando, em 2017, o presidente Donald Trump retirou seu país da Parceria Transpacífico, que estava sendo costurada pelo seu antecessor, Barack Obama. O democrata tinha como objetivo selar um acordo de livre comércio com onze países do Oceano Pacífico, deixando a China de fora. “Trump ignorou a teoria das vantagens comparativas com o intuito de produzir mais em casa. A China se aproveitou dessa debandada e conseguiu atrair aliados dos americanos, como Japão, Austrália, Coreia do Sul, Singapura e Nova Zelândia”, diz o economista Roberto Dumas Damas, do Insper, em São Paulo. “O que Trump fez foi fazer a China grande de novo”, brinca.

Ao assumir a presidência em janeiro, Joe Biden terá um desafio pela frente. Apesar das vantagens que o comércio internacional traz aos países, o democrata não terá liberdade para seguir nessa direção e retomar a Parceria Transpacífico. “A vitória de Biden no Cinturão da Ferrugem, no Wisconsin, no Michigan e na Pensilvânia, foi essencial para que ele ganhasse a eleição. Nesses estados, os eleitores querem, entre outras coisas, que os Estados Unidos abandonem esses acordos internacionais para estimular a produção interna”, diz Damas.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Amigos minha assinatura está em dia e vcs insistem em me avisar que está atrasada. Já debitou na fatura do cartão Visa de novembro /2020. Por favor tira esse aviso

  2. Esse nosso presidente está fazendo de tudo para afastar a China. Ele Está dando um tiro no pé, e vai causar a própria derrota.

  3. Só burros não percebem que a China vai dominando os mercados mundiais. Os mais burros insistem em provocar nosso maior cliente. A China já está criando na Africa, novos fornecedores de grãos e vamos enfiar nossos produtos....

  4. A outra frentte chinesa é a África. Eles estão lentamente apoiando os países africanos a se tornarem potências no agronegócio. Qual a razão? Eles não querem ficar nas mãos dos ruralistas brasileiros. Como eu sempre falo: basta apenas uma assinatura do Keqiank que a economia brasileira vai para o farelo. Quem dará a caneta bic para ele derrubar o Bozo?

    1. Hoje já deram um chega para lá diplomático no Brasil. Bozo ficará semo Trump e sem a China. Em resumo, virará um pária global. Vocês sabem o que isso significa para a nossa economia? Imaginem!

    2. Verdade, meu irmão sempre me alertou sobre isso, nosso primeiro parceiro comercial e a China, e não os EUA que são muito protecionistas e metem o ferro na gente, não sou esquerdista, sou da política do bom senso, ouvir todos e aproveitar o que há de melhor......

    3. Fizemos tanto, que a chance de isso acontecer não está longe.

Mais notícias
Assine agora
TOPO