Adriano Machado/Crusoé

Bolsonaro volta a declarar que eleições de 2018 não foram ‘limpas’

14.01.22 13:05

Sem provas, o presidente Jair Bolsonaro (foto) voltou a levantar suspeitas sobre a lisura das eleições de 2018. Em um pronunciamento direcionado à claque, disse mais uma vez que teria vencido a disputa ao Planalto no primeiro turno, caso o pleito fosse “limpo“.

Bolsonaro discursou em Macapá, capital do Amapá, durante uma solenidade do programa Norte Conectado. Ao público, afirmou que, antes de ele chegar à presidência, o país estava “à beira do socialismo e “mergulhado em corrupção“.

Quis Deus que, sobrevivendo a uma facada de um integrante do PSOL, em um partido muito pequeno, sem marqueteiro, sem televisão, [eu] conseguisse ganhar as eleições. Que era para ter ganhado no primeiro turno se fossem eleições limpas“, disse.

O Tribunal Superior Eleitoral chegou a notificar Bolsonaro no ano passado a apresentar provas sobre a suposta fraude nas urnas eletrônicas. Em resposta, o presidente admitiu não tê-las.

Ainda no discurso desta sexta-feira, embora tenha entregado parte da Esplanada a integrantes do Centrão, o presidente afirmou que, ao assumir o cargo, formou um ministério com base em critérios “técnicos“. Bolsonaro alegou, ainda, que os ministros estão a serviço do Brasil e, não, “de minorias que sempre dominaram o Planalto Central“.

Bandeiras eleitorais
O presidente aproveitou o discurso para atacar o Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST, que organiza um calendário de mobilizações para o ano eleitoral e acrescentou que a aprovação do excludente  de ilicitude, classificado como uma “licença para matar” por críticos, poderia levar ao fim das manifestações.

Hoje, o Código Penal isenta os cidadãos de punições em três situações: no estrito cumprimento do dever legal, em casos de legítima defesa e em estado de necessidade. Em 2019, Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto que beneficia, ainda, agentes de segurança e militares envolvidos em operações de Garantia da Lei e da Ordem, GLO, definindo em que situações é justificada a legítima defesa.

Se um dia eu tiver no Congresso o excludente de ilicitude, podem ter certeza… Aproveitem para invadir agora, porque, no futuro não invadirão”, disparou. “O que é o excludente de ilicitude? O militar, ao cumprir sua missão, vai para casa descansar e vai ter a certeza de que não receberá a visita de um oficial de justiça para processá-lo”.

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