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Bolsonaro ‘gera insegurança’ quando parte para o enfrentamento, diz Maia

30.05.20 16:32

Em meio à escalada da tensão entre o Planalto e o Supremo Tribunal Federal, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), afirmou neste sábado, 30, que Jair Bolsonaro “desorganiza” e “gera insegurança” quando parte para o enfrentamento com as instituições. O parlamentar avaliou que, devido à crise, o país precisa que o presidente passe a comandar “de forma mais harmoniosa, respeitando os Poderes”.

De acordo com Maia, Bolsonaro mantém a postura de quando era deputado federal. Ele afirmou, contudo, que, quando se chega à Presidência, o papel dos governantes é o de conciliação. “Você não é o presidente apenas dos que o elegeram. Você é presidente de todos os brasileiros”, pontuou durante live com o Chefe de Departamento de Ciências Jurídicas e Coordenador do curso de Direito da UNIARA, professor Fernando Passos.

“Como o presidente foi eleito com muita força, a base inicial dele, os 15%, 16% iniciais foram muito ideológicos, esse pessoal mais de extrema direita nas redes sociais. Ele se sente, vamos dizer, mais comprometido com eles. E, quando vem um conflito, ele acaba atacando mais na linha do que fazia antes. Só que, como presidente do Brasil, cada vez que vai para o enfrentamento, ele desorganiza e gera insegurança”, analisou.

O deputado explicou que, em reuniões tête-à-tête com Bolsonaro, “a conversa é muito boa, o diálogo é muito positivo”. O problema, segundo Maia, ocorre nas entrevistas do presidente, quando ele “acaba gerando essa insegurança”.

O parlamentar voltou a pregar o diálogo entre as instituições. “Um poder não deve servir apenas para dizer ‘sim’ ao governo. O parlamento serve para representar toda a sociedade, não apenas a parte que governa. E o Judiciário serve para garantir os limites dos outros dois Poderes”, declarou.

Ele voltou a criticar os ataques de Bolsonaro às decisões do STF. “A gente não pode aplaudir uma decisão do Supremo com a qual concordamos e radicalizar contra uma decisão que discordamos. Nós temos os instrumentos legais para recorrer”, frisou. “O governo que gera instabilidade na relação com as instituições está fadado a não garantir investidores nesse país.”

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