Austrália reclama de foto ‘repugnante’ publicada pela China no Twitter

Desde que a Austrália defendeu a realização de uma investigação sobre a origem da Covid em Wuhan, na China, os dois países vivem às turras. Em meados do ano, a China cancelou as importações de carne da Austrália. Jornalistas australianos foram recomendados a sair da China. Na semana passada, Pequim elevou os impostos dos vinhos australianos.

A briga continua. Neste domingo, 29, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Lijian Zhao, publicou no Twitter uma montagem de um soldado australiano com uma faca manchada de sangue e um garoto afegão, abraçado a um animal (foto).

“Chocado com o assassinato de civis e prisioneiros afegãos por soldados australianos. Condenamos veementemente tais atos e exigimos que seus autores sejam responsabilizados”, escreveu Lijian Zhao ao lado da imagem. O texto fazia referência a uma investigação das Forças Armadas da Austrália sobre a atuação de seus soldados no Afeganistão. A apuração afirma que há “informação confiável” de que soldados australianos envolveram-se no assassinato de 39 civis e prisioneiros afegãos entre 2009 e 2013.

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, afirmou que o tuíte, que não foi retirado do ar, é “repugnante” e solicitou um pedido de desculpas, alegando que a imagem é falsa. “É totalmente ultrajante e não pode ser justificada de forma alguma”, disse Morrison.

A Embaixada da China na Austrália se recusou a pedir desculpas e disse que o objetivo dos australianos é o de “desviar a atenção das atrocidades horríveis cometidas por alguns soldados australianos”.