Análise do Washington Post sobre explosão ao lado de hospital isenta Israel
27.10.23 11:33O jornal americano Washington Post publicou nesta sexta, 27, uma análise de vários vídeos feitos quando ocorreu uma explosão próxima ao hospital Al Ahli, na Faixa de Gaza, na semana passada.
O veículo concluiu que foram lançados diversos foguetes da Faixa de Gaza contra Israel, na mesma direção do hospital. Um deles teria se perdido e caído 44 segundos após seu disparo. Segundo o jornal, pelo menos 100 pessoas morreram.
O Washington Post fez sua análise a partir de um vídeo do canal 12, de Israel (foto), que permitiu geolocalizar o ponto de lançamento dos foguetes. A prática é conhecida como OSINT, sigla para Open-Source Intelligence, que foi tema de uma das capas desta semana da revista Crusoé.
A OSINT submete dados de livre acesso disponíveis na internet e nas redes sociais a técnicas de análise forense. Essa mesma técnica, usada por outros veículos e empresas, tinha concluído que o acidente fora causado por um foguete disparado pelos próprios terroristas, de uma área adjacente ao hospital, que falhou e caiu no seu estacionamento, dando início a um incêndio que causou um número indeterminado de mortes.
O Washington Post também afirma que “nenhuma evidência visual surgiu mostrando um foguete atingindo as dependências do hospital“.
Os especialistas consultados pelo jornal também afirmam que as evidências são compatíveis com a de uma queda de um foguete, e não de um bombardeio aéreo, o qual teria sido muito mais destrutivo. O mesmo argumento foi usado pelas Forças Armadas israelenses.
O Washington Post também comentou um vídeo divulgado pela rede catari Al Jazeera, segundo o qual um foguete do sistema de defesa israelense Domo de Ferro poderia ter causado o acidente. Segundo o jornal, o vídeo mostra um projétil que foi lançado de um lugar a quilômetros de distância em Israel. Mas esse projétil teria se chocado com um foguete a mais de 5 quilômetros de distância do hospital e “muito provavelmente não teve nada a ver com a explosão no hospital“. A acusação, portanto, é infundada.
Inicialmente, diversos veículos, nacionais e internacionais, divulgaram a notícia de que um bombardeio israelense a um hospital na Faixa de Gaza teria deixado 500 mortos. A informação falsa foi transmitida pelo grupo terrorista Hamas, e tomada como verdade por diversos jornalistas. À medida que surgiram evidências de que a história era uma mentira, vários jornais se retrataram. No Brasil, o jornal Folha de São Paulo publicou uma nota na seção “Erramos“ afirmando que a afirmação sobre mortes “não pode ser verificada com fontes independentes”.
O Antagonista não precisou recuar, porque foi e vai continuar sendo prudente e fiel aos fatos na cobertura nacional e internacional, sem adaptar a realidade a teses pré-concebidas, muito menos confiar exclusivamente em terroristas como fonte de informação.
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E o assunto será rapidamente esquecido já que a culpa recair para o Hamas