Presidencia de El Salvador via FlickrNayib Bukele, o (popularíssimo) presidente de El Savador

A agenda cheia dos bolsonaristas em El Salvador

11.12.23 11:22

Um grupo de 17 deputados da Comissão de Segurança Pública da Câmara inicia nesta terça-feira, 12, uma agenda no Ministério da Justiça e Segurança Pública de El Salvador, o menor país da América Central. Os deputados terão compromissos no país até a sexta-feira, dia 15.

Pelo cronograma da visita disponibilizada pelo Legislativo, o grupo envolve nomes majoritariamente do PL, como Eduardo Bolsonaro e Coronel Telhada (SP), Sanderson (RS) e Capitão Alden (BA); há nomes de outros partidos, como o do presidente da comissão, Zucco (Republicanos-RS).

O primeiro dia será para conhecer as instalações da Academia Nacional de Segurança Pública; depois, os parlamentares visitam o “Sistema Penal Moderno de Analítica e Inteligência Artificial de Zacatecoluca” e seu “centro de confinamento do terrorismo”. No último dia de viagem, visitam o Ministério da Defesa Nacional e uma comunidade que teria sido libertada de gangues.

Ao visitar Zacatecoluca, os parlamentares brasileiros devem se deparar com uma megaprisão, aberta neste ano, para receber até 40 mil presos (para comparação: Carandiru, em seu auge, tinha capacidade para 3.250 pessoas). Estes detentos seriam fruto da guerra às gangues declarada por Nayib Bukele (foto), o jovem e linha-dura presidente salvadorenho.

A prisão tem no momento cerca de 12.500 detentos e foi apelidada pelo próprio Bukele como “a prisão mais criticada do mundo” — rebatendo críticas como a do presidente colombiano Gustavo Petro, que chamou o lugar de “campo de concentração“, de presos que indicam não receber visitas e de organizações de direitos humanos que alertam para os riscos de uma cadeia superlativa.

Não é o primeiro aceno dos bolsonaristas ao país, que tem o tamanho de Sergipe, o menor dos estados brasileiros. Em maio, a comissão recebeu o ministro da Justiça salvadorenho, Gustavo Villatoro, para falar sobre a guerra contra as gangues.

Não se sabe se o grupo de encontrará com Bukele, que tem cerca de 90% de aprovação entre os eleitores e, após alterar a Constituição, deve concorrer à reeleição no país.

 

Leia mais sobre Nayib Bukele na Crusoé: Um ditador em construção

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