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Quem é a secretária que justificou o novo uso da cloroquina, após protocolo sem assinatura

20.05.20 18:35

Após a publicação sem assinatura de um novo protocolo para tratamento da Covid-19, coube à secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, explicar por que o governo flexibilizou as regras de prescrição do medicamento. O ministro interino, general Eduardo Pazuello, não participou da coletiva à imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, 20. O secretário-executivo, coronel Élcio Franco, estava na entrevista, mas delegou à médica cearense, filiada ao Partido Novo, o papel de justificar o posicionamento, que contraria as orientações das sociedades científicas de medicina.

Mayra está no cargo desde o começo do governo Jair Bolsonaro, a convite do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Ex-presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, a pediatra foi candidata ao Senado pelo PSDB nas últimas eleições, com apoio do programa RenovaBR, mas ficou em quarto lugar.

Ela se notabilizou, principalmente, pelas duras críticas ao programa Mais Médicos. Hoje, Mayra está filiada ao Partido Novo, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. No cenário político do Ceará, a médica é apontada como potencial candidata ao cargo de prefeita ou vice de Fortaleza. Militante ativa da sigla, ela participa de eventos do Partido Novo no Ceará e de encontros de movimentos de direita no estado.

Pelas redes sociais, Mayra apresenta investimentos do Ministério da Saúde no Ceará, sua base eleitoral, e ataca adversários políticos, como o governador Camilo Santana. Em um post, ela questionou os gastos do estado no combate à pandemia e citou os quase 882 mil votos que recebeu dos cearenses. “Alguém pode explicar ao povo cearense como um estado com população cinco vezes menor que São Paulo gasta por 100 mil habitantes, 5,7 vezes mais em obras e compras sem licitação, sob o pretexto da pandemia?”, questionou Mayra, que em seguida gravou vídeos para rebater argumentos de deputados estaduais aliados de Camilo Santana.

Na coletiva da tarde desta quarta-feira, Mayra explicou por que o governo decidiu mudar o protocolo da cloroquina. Segundo ela, a guinada de entendimento veio de “um clamor da sociedade” e da necessidade de respeito “ao princípio da equidade”. A médica afirmou que o medicamento já é prescrito nos hospitais da rede privada e é preciso assegurar o mesmo direito aos pacientes dos SUS. “Para uma camada menos favorecida, há limitações”, explicou.

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