Pazuello diz à PF não saber de que forma Elcio Franco apurou caso Covaxin
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (foto) afirmou à Polícia Federal que, após receber do presidente Jair Bolsonaro um pedido de "checagem" do contrato de compra da Covaxin, repassou o caso ao então número dois da pasta, Elcio Franco. O general prestou depoimento na manhã desta quinta-feira, 28, no âmbito do inquérito que investiga Bolsonaro...
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (foto) afirmou à Polícia Federal que, após receber do presidente Jair Bolsonaro um pedido de "checagem" do contrato de compra da Covaxin, repassou o caso ao então número dois da pasta, Elcio Franco.
O general prestou depoimento na manhã desta quinta-feira, 28, no âmbito do inquérito que investiga Bolsonaro pela suposta prática do crime de prevaricação diante das denúncias de irregularidades na negociação da vacina indiana. Os relatos sobre os indícios de corrupção foram feitos pelos irmãos Miranda a Bolsonaro em 20 de março, durante uma reunião no Palácio da Alvorada.
Pazuello alegou que o presidente deu a ordem para a averiguação do caso pessoalmente, de maneira verbal. O ex-ministro disse não saber se o pedido foi realizado no dia 22 ou 23 de março. Assim que ouviu os relatos, o general, demissionário à época, declarou tê-lo encaminhado a Elcio Franco.
O ex-ministro acrescentou que, dias depois, o ex-secretário executivo do ministério contou a ele ter investigado o caso e sublinhado que não encontrou irregularidades no contrato. Pazuello, porém, afirmou que "não sabe qual foi o tipo de apuração" que Elcio realizou, tampouco "se outras pessoas participaram". De acordo com o general, a resposta foi entregue na mesma semana, entre 23 e 26 de março.
"Que não se recorda de, após ter recebido a resposta do ex-Secretário Executivo, ter informado ao Presidente da República; Que como o assunto foi tratado numa situação de normalidade de 'denuncismo', tanto esse quanto outros assuntos, foram analisados da mesma maneira", destaca o termo de declaração.
Pazuello disse à PF também que, na ocasião, não sabia que os relatos sobre possíveis irregularidades haviam partido do deputado Luis Miranda e do irmão dele e chefe da Divisão de Importação do ministério, Luis Ricardo Miranda. O ex-ministro assegurou não se recordar do conteúdo da conversa que teve com o parlamentar durante uma viagem em um avião da FAB a Guarulhos, em São Paulo, em 21 de março, um dia após a denúncia ser feita a Bolsonaro.
"Que conversou com o Deputado Federal Luis Miranda durante o voo; Que não se recorda do conteúdo da conversa, muito menos se o Deputado Federal Luis Miranda informou que havia tido uma conversa com o Presidente da República no dia 20/03/2021", diz o termo de declarações.
À CPI da Covid, Luis Miranda alegou que alertou Pazuello sobre o encontro com Bolsonaro. "Falei: 'Olha, tal, é uma situação que está rodando'. Aí ele olhou pra minha cara com uma cara de descontentamento e falou assim: "Luis, não duro mais nem essa semana; é certeza: eu vou ser exonerado. Eu tenho conhecimento de algumas coisas, tento coibir, mas, exatamente por eu não compactuar com determinadas situações, é que, assim, eu vou ser exonerado", narrou o parlamentar.
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Comentários (10)
Odete6
2021-07-31 01:16:31Gentalha atrasada, criminosa recorrente, criminosa contumaz, não é possível que essa malta continue a degradar o país impunemente por tanto tempo!!!! O BRASIL não merece passar por esse inacreditável aviltamento de suas Instituições, pela atuação dessa facção uníssona de marginais ditando já há 2 décadas uma série interminável de condutas criminosas de todo gênero!!!! Nenhum país merece essas páginas malditas em sua História!!!!
Sônia Adonis Fioravanti
2021-07-30 17:25:58O GRANDE GESTOR ESTAVA FAZENDO O QUE ? Andando de moto com BOZO OU DISTRIBUINDO CLOROQUINA ???
José
2021-07-30 14:53:20A função é política mas ficam se escondendo na função militar. Paiseco
Marcello
2021-07-30 11:52:24Faz lembrar o personagem Rolando Lero, do falecido humorista Chico Anysio!
AKUMA
2021-07-30 10:54:27olha o nível do general, vai vendo !
Marta
2021-07-30 09:00:56Prevaricação em cascata
André
2021-07-29 23:13:39Presidente e ministros prevaricaram, indiferença com as mortes dos brasileiros!
PAULO
2021-07-29 19:21:38Telefone sem fio no governo federal. Os irmãos Miranda levam ao conhecimento do Bolsonaro um esquema de corrupção, envolvendo a Precisa. Bolsonaro então, passa para o general Pazzuelo: "Precisa verificar esse negócio..". General Pazzuelo passa para o cel Elcio: "tem que aumentar mais esse negócio com a Precisa". Cel Elcio então encomenda mais 50 milhões de doses.
Giovannini
2021-07-29 19:17:32Carlos Drummond de Andrade escreveu há muito “ quadrilha” bem atual ! Que poderíamos revisar : “ Bolsonaro que falou pro Pazzuelo que falou pro Elcio Franco que não falou com ninguém ! “
Velhinha de Taubaté
2021-07-29 18:39:42Simplesmente vergonhoso. É muita cara de pau. Presidente e ex-Ministro empurrando o abacaxi para um subalterno. Na minha época isso era conhecido como falta de vergonha na cara.