Reprodução/redes sociais

Partido Trabalhista britânico suspende Jeremy Corbyn após relatório sobre antissemitismo

29.10.20 15:55

O ex-líder do Partido Trabalhista britânico Jeremy Corbyn (foto) foi suspenso da organização nesta quinta, 29, após a publicação de um relatório sobre antissemitismo no partido.

O relatório de 130 páginas foi produzido pela Comissão de Igualdade e Direitos Humanos, um órgão público e independente no Reino Unido. Durante um ano e meio, foram analisados 70 denúncias de antissemitismo que foram levadas ao departamento legal do partido. Nelas, ocorreram 23 casos de interferência política de membros do gabinete de Corbyn, que chegaram a pedir o cancelamento dos processos.

Um dos exemplos citados pelo relatório aconteceu em abril de 2018, quando Corbyn apoiou um artista que fez um mural antissemita em Londres. A pintura mostrava judeus, um deles com uma barba longa, contando notas de dinheiro. Na ocasião, os assessores de Corbyn enviaram um email para o setor legal do partido pedindo que a investigação fosse encerrada.

Em outra citação, o relatório comenta uma entrevista dada pelo ex-prefeito de Londres, Ken Livingstone, em 2016, em que ele defendia postagens da parlamentar Naz Shah nas redes sociais. Naz divulgou um desenho sugerindo que Israel deveria ser realocado para os Estados Unidos e a frase: “problema resolvido”.

“Ken Livingstone negou repetidamente que essas postagens fossem antissemitas e a investigação no Partido Trabalhista procurou minimizar sua natureza ofensiva”, diz o relatório. “Em sua defesa, Ken Livingstone alegou que as reclamações feitas sobre a conduta de Naz Shah faziam parte de uma campanha de difamação do ‘lobby de Israel’ para estigmatizar os críticos de Israel como antissemitas, e pretendia minar e perturbar a liderança de Jeremy Corbyn.”

Após a notícia de sua suspensão, Corbyn afirmou que as denúncias de antissemitismo dentro do partido têm sido exageradas pelos oponentes e que sua saída foi uma medida política.

Keir Starmer, o atual líder do Partido Trabalhista, publicou um vídeo nas redes sociais comentando o caso. “O relatório mostra falhas claras na liderança, nos processos e na cultura em lidar com o antissemitismo dentro do nosso partido”, disse Starmer, que prometeu tolerância zero com o antissemitismo.

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  1. Leitura bem incompleta do que por lá acontece. Corbyn é sim um incompetente. Faz parte da facção mais à esquerda do partido. É tão ruim que os conservadores passaram a gostar de tê-lo como chefe da oposição. Mas depois de 40 anos de partido, acusa-lo de velhos e esparsos casos de anti-semitismo é conversa para boi dormir. O que temos aqui em jogo é a tentativa de Keir Starmer de assumir o poder do partido, afastando todos os que possam ser empecilho ao seu avanço.

  2. Além do mais, como declarou Brian Cox (protagonista de Succession, série super premiada do canal a cabo HBO), o sujeito exibia um carisma de professor de cálculo desinteressado e mal versado na disciplina.

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