Reprodução / KCNAO número de desertores norte-coreanos que conseguiram entrar na Coreia do Sul teve um aumento significativo em 2023, quase triplicando em relação aos dois anos anteriores.

Os desertores da Coreia do Norte

20.01.24 11:00

O número de desertores norte-coreanos que conseguiram entrar na Coreia do Sul teve um aumento significativo em 2023, quase triplicando em relação aos dois anos anteriores.

Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Unificação da Coreia do Sul, 196 desertores ingressaram no país no ano passado. Dentre eles, mais da metade tinha entre 20 e 30 anos, e cerca de 84% eram mulheres ou meninas.

Apesar de ainda estar abaixo dos níveis pré-pandemia – quando 1.047 desertores chegaram à Coreia do Sul em 2019 – esse aumento representa uma mudança significativa após um declínio durante a pandemia.

Em 2021, apenas 63 desertores entraram no país, e em 2022 foram registrados 67 casos.

Durante a pandemia, a Coreia do Norte fechou suas fronteiras já restritas, aprofundando ainda mais seu isolamento. No entanto, o país começou a flexibilizar as regras de fronteira em 2023, permitindo o retorno dos cidadãos que vivem no exterior e retomando voos internacionais para alguns países, como China e Rússia. Mesmo assim, alguns norte-coreanos que vivem no exterior optaram por não retornar e decidiram fugir para o sul.

De acordo com o Ministério da Unificação, cerca de 10 pessoas da elite norte-coreana estão entre os desertores do ano passado – o maior número desse grupo desde 2017.

Esses desertores incluem diplomatas, outros funcionários e estudantes no exterior que foram orientados a retornar devido à situação pandêmica. Acredita-se que muitos deles tenham achado a situação econômica insustentável e os controles internos mais rígidos na Coreia do Norte após experimentarem a vida em um mundo livre.

Embora a falta de comida e a fome na Coreia do Norte tenham sido as principais razões citadas nos últimos anos para as deserções, em 2023 a dissidência em relação ao regime de Kim Jong-Un se tornou o motivo mais mencionado pelos desertores.

Enquanto milhões de norte-coreanos vivem em condições empobrecidas sob o governo ditatorial do líder norte-coreano, a elite privilegiada do país, composta por altos funcionários do governo e suas famílias, tem acesso a luxos como ar-condicionado, café e até smartphones.

Muitos desertores atravessam a fronteira da Coreia do Norte para a China, cruzando o rio Yalu que separa os dois países. Em seguida, eles atravessam ilegalmente a fronteira para o Laos ou Mianmar e seguem para a embaixada sul-coreana nesses países ou continuam até a Tailândia.

Enquanto o governo sul-coreano trabalha para apoiar os desertores norte-coreanos que chegam ao país, ele também está atento à possibilidade de um aumento gradual no número de desertores caso a Coreia do Norte abra sua fronteira com a China.

A China, aliada próxima de Pyongyang, não considera os desertores norte-coreanos como refugiados, mas sim como migrantes econômicos ilegais, e os deporta para a Coreia do Norte com base em um acordo de fronteira.

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  1. Quando da ditadura militar muitos tiveram que fugir para o exterior. Não foram "desertores", foram "exilados". Besteira chamar estes norte-coreanos de "desertores".

  2. Cada fato desses reforça a idéia de q deveria haver 1 POLÍCIA PLANETÁRIA UNIDA E 'UNÍSSONA', q atuasse sob legislação majoritariamente aprovada pelos 200 estados-nações e q tivesse, independentemente de soberania, poder outorgado p/ retirar de circulação esses vermes ditatoriais de subespécie q atormentam, exploram, vampirizam, torturam e aniquilam populações de milhões de inocentes e ameaçam os demais terráqueos!!! Aliás, c/ 1 POLÍCIA PLANETÁRIA INSTITUCIONALIZADA, tais Vermes nem existiriam!!

  3. Lula, vc que enaltece tanto as ditaduras sanguinárias de Diaz-Canel, de Nicolás Maduro, Putin, Ali Khamenei e de Kim Jung-un (Cuba, Venezuela, Rússia, Irã e Coréia do Norte) como vc explica tantas fugas de tais paraísos? Por que ninguém foge para esses paraísos?

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