A “bancada do Cid” explode o PSB cearense

A filiação de Cid Gomes (foto) ao PSB do Ceará, no último domingo, 4, fez o partido disparar na liderança do número de prefeituras do estado. De 21 prefeituras no estado, o partido agora tem 61, todas de ex-prefeitos que se desfiliaram do PDT junto com o senador.

As informações são do jornal cearense Diário do Nordeste. Para quase triplicar sua participação nos municípios do Ceará, o partido fez uma festa para receber Cid, o principal “puxador de prefeitos” no estado.

Além deles, nomes como Izolda Cela, ex-governadora do Ceará e atual número dois do MEC de Camilo Santana, assinaram a filiação ao partido, que levou o vice-presidente Geraldo Alckmin para Fortaleza.

Cid – que deixou o PDT e seu irmão Ciro Gomes pra trás – disse que a filiação é “um novo momento, de mais esperança e união, mas com o mesmo imenso amor pelo Ceará. “

Esta é a sua segunda passagem pelo PSB. Entre 2005 e 2013, ele já tinha integrado as fileiras do partido, após passar por PMDB, PSDB e PPS. Ao deixar o partido, enquanto era governador do estado, tinha dito que “a gente não tem mais espaço no PSB. Lamentamos profundamente, mas tomamos a decisão de sair”. Ele ficou mais dois anos no PROS antes de ir ao PDT.

Foram essas suas críticas que, inclusive, travaram as negociações para sua volta aos quadros da legenda, como adiantou O Antagonista em novembro do ano passado. O presidente do PSB, Carlos Siqueira, lembrou ao grupo de Cid a sua passagem conturbada nas décadas passadas.

O encolhimento do PDT era esperado com a saída do senador – que prometia migrar com seus apoiadores no estado para fora da legenda. O número, no entanto, fez com que o partido perdesse a liderança no estado, considerado um dos maiores bastiões da legenda nacionalmente.

Apesar disso, não foram as brigas internas causadas no partido no último ano, quando Cid assumiu a presidência do comitê estadual, que iniciaram a diáspora do partido. O começo foi a decisão da legenda, em 2022, de lançar o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, ao governo do estado. Ele acabou com 14% dos votos em terceiro de quatro candidatos, enquanto o PT de Elmano de Freitas liquidou a fatura ainda em primeiro turno.