Foto: Adam Schultz/White House via Flickr

O cálculo político de Biden para ir a uma zona de guerra

17.10.23 09:43

O presidente dos EUA, Joe Biden, vai nesta quarta-feira (18) a Tel Aviv, se encontrar com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netayahu. A visita do chefe de Estado ao meio da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza foi confirmada na madrugada desta terça-feira (16) pelo secretário de Estado americano, Anthony Blinken.

A visita de Biden tem alguns objetivos em mente. O principal deles é reforçar o apoio ao mais estratégico parceiro americano no Oriente Médio, indicando não apenas que a amizade entre as nações permanece “sólida como uma rocha”, mas também que os rivais dos israelenses na região pensem duas vezes em ampliar as contendas contra Tel Aviv. Esta é uma mensagem para o Hezbollah no Líbano, mas também para a Síria, o Irã (principal acusado de financiar o Hamas em Gaza) e mesmo a Moscou.

Ao mesmo tempo, o democrata – que começa a esquentar os motores de sua máquina eleitoral – quer surfar na popularidade que a causa israelense tem no eleitor local. Sete em cada dez americanos acreditam que a resposta militar de Israel é justificada, com mais ou menos a mesma porcentagem se sentindo “muito simpáticos” com Israel (o apoio à Palestina chega a 35%).

Apesar disso, Biden nunca esteve tão próximo de uma zona de guerra – ao pousar em Tel Aviv, ele estará a menos de 80 km de Gaza. Apesar da improbabilidade de um míssil alcançar sua viagem. Ontem, durante as negociações que acertaram a ida de Biden a Tel Aviv, Blinken e Netanyahu precisaram se esconder em um bunker após alarmes dispararem com o risco de mísseis atingirem o quartel-general onde se encontraram.

Outro risco é o de percepção, uma vez que o democrata pode aparecer em Israel à véspera da incursão de Israel à Faixa de Gaza. Por isso, o tema dos civis na região deve ser tratado em sua segunda parte da viagem, durante uma visita ao rei Abdullah da Jordânia.

O Antagonista e Crusoé destacam, desde o começo da cobertura do massacre de 7 de outubro, que é preciso parar de confundir terroristas do Hamas com palestinos inocentes; que os primeiros não representam os segundos, o que foi não só apontado em pesquisa, mas também reconhecido por Mahmoud Abbas; e que o Hamas, na verdade, usa os civis palestinos como escudos humanos.

Leia na CRUSOÉ: Sobre Israel, não há meio termo entre parlamentares americanos

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