Adriano Machado/Crusoé

Novo chanceler ainda precisará ganhar a confiança de senadores

30.03.21 14:15

Senadores ainda estão céticos com relação ao novo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França. Por isso, não pretendem retirar de pauta um projeto que trava as sabatinas de indicações do governo para a chefia de embaixadas do Brasil no exterior.

O escolhido por Jair Bolsonaro para substituir Ernesto Araújo no Itamaraty foi o nome com menos resistência de líderes no Congresso dentre os ventilados para chefiar o ministério, mas também o menos conhecido. Por isso, o tom adotado por parlamentares é cauteloso. O Senado quer ter certeza que Carlos França não representa “a troca de seis por meia dúzia”. 

“O projeto de resolução segue normalmente. A proposta é para que o governo adote uma política externa comprometida com o multilateralismo e com a contenção da pandemia. Ainda não sabemos se o novo ministro vai adotar as práticas anteriores. Se seguir os passos do antecessor, continuará prejudicando o Brasil”, resume o líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates, do PT do Rio Grande do Norte.

“Se ficar do mesmo jeito, a indisposição do Senado continuará. Queremos melhora nas relações exteriores”, diz o senador Ângelo Coronel, do PSD da Bahia. “Espero que as relações com nossos parceiros comerciais sejam diplomaticamente reatadas”, acrescenta.

Na mesma linha, o senador Alessandro Vieira, líder do Cidadania, espera “uma atuação sóbria e técnica” do novo chanceler. “Não existe restrição pessoal, existe a constatação de que a política atual prejudica o Brasil”, resume.

Enquanto não vencer a desconfiança do Senado, França terá dificuldade para movimentar cargos no Itamaraty, avaliam embaixadores ouvidos por Crusoé. Isso porque, caso queira substituir os secretários que trabalharam na gestão de Ernesto Araújo sem depender do Legislativo, terá de acomodar os demitidos em cargos de menor expressão, como a chefia de consulados do Brasil no exterior, que não precisam de aprovação do Senado.

Na manhã desta terça-feira, 30, membros do alto escalão do Itamaraty receberam a sinalização de que não haverá, por enquanto, mudança substancial na composição do secretariado da pasta. Um dos cargos em que pode haver uma mudança relevante é o de secretário-geral das Relações Exteriores, o segundo posto mais importante da chancelaria, atualmente ocupado pelo embaixador Otávio Brandelli.

Nos bastidores do ministério, três nomes são cotados para o cargo: Paulino Franco, atual secretário de Comunicação e Cultura, George Firmeza, assessor da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, e Pedro Wollny, que chefiou o gabinete de Ernesto Araújo no MRE. Firmeza, que trabalha com o almirante Flávio Rocha no Planalto, chegou a figurar na lista de cotados para substituir o ex-ministro.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Grande ele é, em termos de Porte físico; resta comprovar autonomia e capacidade para reorientar a política externa mal conduzida face o vetor ideológico do governo que tanto mal causou ao Brasil. Só o PR e seus ideólogos não vêem que a maioria da população não que saber de ideologia alguma. Infelizmente sempre o PR enxerga tarde demais os problemas. Acorda Bolsonaro!!!!

  2. Bolsonaro, agora, arriscou o seu futuro constitucional e criou um fosso meio pantanoso entre ele e o a alta cúpula das FFAA. Minhas fontes asseguram que 9 entre 10 generais de 3 e 4 estrelas, estão na margem contrária ao que seria um "alinhamento" com os devaneios autoritários presidenciais. O tal de "meu exército" não teve eco entre oi s milicos. O "cara" está por um fio prestes a ser rompido. Está todo mundo calado, por enqto. apscosta/df

Mais notícias
Assine agora
TOPO