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Nova advogada de Flávio coleciona embates com Wassef

22.06.20 11:07

Embora o clã Bolsonaro tente fazer crer que a saída de Frederick Wassef da defesa de Fávio Bolsonaro, o filho 01 do presidente, tenha sido consensual e que tudo segue na mais santa paz entre eles, a sucessão do advogado que abrigou Fabrício Queiroz em sua residência em Atibaia indica exatamente o inverso.

Luciana Pires, que irá assumir junto com seu irmão e ex-advogado de Sérgio Cabral Rodrigo Roca a defesa de Flávio Bolsonaro, era adversária figadal de Wassef. Nos bastidores, os dois colecionaram embates.

Ela é sócia do Bierrenbach & Pires, escritório que, entre outros casos, atua na defesa de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro preso na Lava Jato. É criminalista e tem especialização em direito militar, o que a aproximou de Flávio Bolsonaro desde que os dois se conheceram há cerca de dez anos quando ela trabalhava para a deputada Cidinha Campos.

Desde que passou a atuar na defesa do filho de Bolsonaro no Tribunal de Justiça do Rio, Luciana tornou-se uma “rival” de Wassef. O advogado temia perder espaço e por várias vezes tentou evitar que Luciana ganhasse mais poder dentro da equipe de advogados do senador.

É de Luciana a única pequena “vitória” de Flávio Bolsonaro no Tribunal de Justiça do Rio. No ano passado, após impetrar um habeas corpus para retirar o processo da 1ª instância e anular as decisões do juiz Flávio Itabaiana, a advogada conseguiu um parecer favorável do Ministério Público. Entretanto, em outubro, Wassef, motivado, entre outras coisas, pela disputa pessoal com a advogada, pressionou Flávio a desistir do HC para focar sua defesa no Supremo Tribunal Federal, que julgava a possibilidade de uso de dados no Coaf e da Receita.

Após a desistência, Wassef perdeu no STF e, sem o HC na Justiça estadual, os promotores do Caso Queiroz ficaram livres para pedir as buscas e apreensões contra diversos ex-assessores do filho do presidente e até em sua loja de chocolate.

A partir de então, Wassef e Luciana Pires não se falaram mais. A advogada voltou a impetrar o mesmo habeas corpus pedindo a saída do Caso Queiroz da 1ª instância — dessa vez, sem assinar o nome do então chefe da defesa na peça, o próprio Wassef. O fato acirrou ainda mais a disputa entre eles.

Mesmo após ser flagrado hospedando Fabrício de Queiroz em seu escritório, em Atibaia, no interior de São Paulo, Wassef se negava a deixar o caso e substabelecer Pires como a nova defensora.

O julgamento desse novo HC está previsto para esta quinta-feira, 25. A partir de agora, Luciana e Roca devem focar a atuação na Justiça estadual do Rio, até então relegada a segundo plano por Wassef, que defendia uma “atuação por cima” nas cortes superiores de Brasília. Luciana Pires tem bom trânsito no Tribunal de Justiça do Rio, em especial, na câmaras criminais do TJ-RJ.

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