Mandetta defende quarentena, mas organizada e sem paralisação completa do país

28.03.20 17:51

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu um debate com estados e municípios para definir os critérios do isolamento social no combate ao coronavírus. Ele reconheceu que a medida pode ser necessária em alguns momentos, mas classificou como “desastre” uma quarentena nacional desarticulada.

“Não é o caso de apontar o dedo para o governador A, B ou C, para o prefeito A, B ou C, que toma uma decisão com uma arma na cabeça e muitas vezes não pensa que essa medida tem que ser muito bem elaborada”, argumentou Mandetta.

“O lockdown, que é a parada total e absoluta, pode vir a ser necessário. O que não pode existir é o fechamento de todo o território nacional ao mesmo tempo, de forma desarticulada. Isso é um desastre”, afirmou Mandetta. O ministro lembrou que, com o cancelamento de voos, o governo enfrenta dificuldades até para distribuir vacinas e equipamentos necessários para o combate à crise.

Para o ministro, é preciso que haja uma coordenação para garantir a logística no país, assegurar a distribuição de alimentos e de equipamentos de proteção para os estados e municípios. “Vamos colocar, sim, alguns critérios (para a quarentena), porque são necessários. Mas não vai ser o plano do ministro Mandetta. Estamos discutindo para construir um consenso”, acrescentou o chefe da pasta. “Vamos medir todos os dias. Onde estivermos perdendo a guerra, a gente aperta mais”, explicou.

O ministro da Saúde descreveu neste sábado as dificuldades enfrentadas pelo governo para comprar e distribuir equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde. “Mais uma razão para ficarmos em casa, parados, até conseguirmos colocar equipamentos nas mãos dos profissionais que precisam. Precisamos ter racionalidade e não nos mover por impulso, mas sim pela ciência e com planejamento, pensando em todos os cenários”, afirmou.

Mandetta pediu ainda aos brasileiros que não usem a cloroquina sem recomendação médica. “A cloroquina não é panaceia, não é o remédio que veio para salvar a humanidade. Os estudos ainda são incipientes, estão sendo feitos mundo afora”, alegou o ministro. “Esse medicamento pode dar arritmia cardíaca, pode paralisar a função do fígado. Podemos ter mais mortes por mau uso do medicamento do que pela própria virose”, afirmou o ministro.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO