Reprodução

Lula promove o estatismo retrógrado em Bruxelas

17.07.23 16:41

O presidente Lula (foto) discursou em Bruxelas nesta segunda, 17, no encontro entre a União Europeia, UE, e a Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos, Celac. Ao microfone, o presidente brasileiro falou sobre as negociações para o acordo entre a UE e o Mercosul.

As compras governamentais são um instrumento vital para articular investimentos em infraestrutura e sustentar nossa política industrial. Estados Unidos e União Europeia saíram na frente e já adotam políticas industrias ambiciosas baseadas em compras públicas e conteúdo nacional“, disse o presidente.

Lula tem exigido que só empresas brasileiras possam participar de compras governamentais na área de infraestrutura. O governo está preparando um novo Programa de Apoio ao Crescimento, PAC, que aguarda um novo nome. Ao excluir os europeus, o presidente espera contribuir para o desenvolvimento industrial brasileiro.

A ideia de Lula pode criar alguns problemas. O primeiro é que as compras governamentais do antigo PAC foram uma fonte de escândalos de corrupção, em que empreiteiras menores como a UTC venceram inúmeros contratos em troca de desviar recursos para o PT e outros partidos. Ao criar um feudo para as empresas brasileiras, Lula pode ampliar as oportunidades para novos desvios.

O segundo problema é que essa pressão pode adiar ou inviabilizar o acordo UE-Mercosul, sem necessidade. O texto assinado em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, afirma que, por oito anos, as compras governamentais em infraestrutura não incluiriam empresas europeias. As companhias brasileiras teriam, assim, um período para se adaptar à concorrência, algo comum nas negociações de acordos de livre-comércio. Também há dispositivos para proteger as pequenas e médias brasileiras nessas compras. Os pedidos de Lula, portanto, são desnecessários, mas podem atrapalhar a finalização do acordo.

O terceiro problema é conceitual. Lula entende que só o Estado pode desenvolver a economia, algo que já se provou equivocado.

A chave para o crescimento sustentável não reside nas compras governamentais, mas no aumento da produtividade da nossa economia. Nas últimas décadas, o governo deu muitos incentivos à indústria nacional e, como conhecemos, os resultados são decepcionantes“, diz o cientista político Magno Karl, diretor-executivo do Livres.

Embora as compras governamentais possam, em alguns casos, estimular a demanda, elas não devem ser vistas como um motor do crescimento industrial. O desenvolvimento de uma indústria diversa e competitiva precisa de um ambiente de negócios com segurança jurídica e que incentive os empreendedores a inovar e aumentar sua produtividade. Para isso, o aumento da concorrência e a abertura ao comércio internacional são fatores essenciais. Nesse sentido, Lula vai na contramão do que o Brasil precisa“, diz Magno Karl.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Lula, você tem uma excelente oportunidade para promover uma sugestão feita pelo famoso jurista Dr. Modesto Carvalhosa, implantando em todos os contratos de obras públicas o seguro "Performance Bond", evitando sobrepreços e atrasos e aperfeiçoando o combate à corrupção que você tanto luta para que não mais ocorra essa vergonha no nosso País. Desta maneira você será aplaudido e passará para a história brasileira como um ótimo presidente da República!

  2. O QUE SE PODE ESPERAR DE UM CORRUPTO SENÃO MAIS CORRUPÇÃO. ROUBA MAIS. O POVO BHURRO FAZ O L.

  3. Lula gosta de estatais, é nelas que ele satisfaz seu ego, sua ganância, sua roubalheira e poder de distribuir cargos aos bajuladores de plantão. Jamais veremos uma estatal, no governo do PT, escolher funcionários por extrema competência, por conhecimento e por integridade.

  4. Lula e a PTralhada não veem a hora de poder fazer “negócios” com empreiteiras brasileiras, sem concorrência internacional.

    1. Concordo com todos os comentários acima.A reserva de mercado para as empresas brasileiras nunca favoreceu o país; só os amiguinhos que se prestavam ao toma lá dá cá.

Mais notícias
Assine agora
TOPO