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Lava Jato suspeita de uso de empresa no Panamá por filho de presidente do STJ

11.09.20 15:40

A força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro detalha, em um pedido de ampliação da quebra de sigilo do advogado Eduardo Martins (foto), diversas transações e relações societárias suspeitas do filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça, o ministro Humberto Martins. As informações integram a investigação cujo desfecho foi a Operação E$quema S na quarta-feira, 9.

Um dos casos abordados pelos procuradores na solicitação ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, é a relação de Martins com Rafael Candelot. Os dois chegaram a ser sócios na empresa BP Participações e Projetos, e Candelot aparece como responsável por repasses de 175 mil reais para o filho do ministro entre 2016 e 2018. Outros 92 mil reais tiveram como destino o escritório de advocacia de Martins.

A investigação mostrou que Candelot é dono de uma empresa chamada Alias Tecnologia, com sede no Paraná e em Maceió, terra natal de Martins. Ele também manteve nos anos de 2017 e 2019 uma offshore sediada no Panamá com o nome Alias Corp.

Ao descobrir que Martins esteve no Panamá e cruzar as transações financeiras dele com Candelot, os procuradores concluíram que “é possível que a empresa sediada no Panamá tenha sido usada apenas como intermediária da remessa de dinheiro para outras empresas e contas de interesse para a presente investigação no estrangeiro”.

A suspeita sobre as transações no exterior resultaram na inclusão do nome de Candelot entre os alvos da quebra de sigilo. O pedido foi encaminhado para Bretas em junho. O filho do presidente do STJ foi alvo de busca e apreensão durante a operação e recaí sobre ele a suspeita de exploração de prestígio, lavagem de dinheiro e estelionato.

Segundo o MPF, Martins recebeu 42 milhões de reais da Fecomércio do Rio de Janeiro durante a gestão de Orlando Diniz — o valor pode chegar a 83 milhões de reais, se considerados valores indiretos para escritórios indicados por ele. Em seu acordo de delação, Diniz afirma que a contratação de Eduardo Martins tinha como objetivo influenciar decisões na corte hoje presidida por seu pai.

Rafael Candelot, por meio de nota, afirmou que sua sociedade com o Eduardo Martins nunca saiu do papel e que a empresa do Panamá também nunca realizou movimentações financeiras. Ainda segundo ele, Martins nunca foi sócio na empresa no Panamá e os repasses citados pelo MPF são relacionados ao pagamento de aluguel e despesas de uma casa compartilhada em Brasília com Martins.

Eduardo Martins, por meio de nota, afirmou que os repasses de Candelot estão relacionados a divisão de um espaço de trabalho em Brasília. Ainda segundo ele, a empresa BP Participações nunca operou nem teve conta bancária.

Martins diz que nunca esteve no Panamá e sobre os serviços prestados para a Fecomercio, o advogado afirma que os honorários recebidos foram pagos de maneira lícita e com emissão de nota fiscal.

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  1. Infelizmete meus conterraneos, estamos no cu da cobra e do mundo, com esta justica corrupta que nos envergonha a todos, da primeira a ultima instancias sao em grande maioria advogados daqueles que os indicaram para o cargo de juiz sem nunca o terem sido por incompetencia nao tendo passado em concurso ocupando o cargo de juiz supremo por indicacao de bandidos politicos. Tudo uma festa das faccoes politicas que os indicam. Ate quando a sociedade vai tolerar este PUTEIRO. Porisso somos pais bananao

  2. Num país sério, que não é o nosso políticos e autoridades jurídicas deveriam ter suas atividades financeiras totalmente liberadas para qualquer investigação e quando irregularidades fossem descobertas suas e de seus subordinados ou parentes todos deveriam ser encarcerados até a total restituição do que foi desviado. Após esta etapa retirar todos seus títulos e bens, doando as mesmos uma inscrição no bolsa família e minha casa minha vida, mas se o crime for de rachadinha só terá direito a um.

  3. Qualquer desse meio podre, dito "judiciário", sabe desse jogo tosco e nojento de influência dos filhos dos Deuses ministrécos de M. Mas como Brasileiro é bonzinho, continuamos assistindo passivamente esta vergonha escancarada de nosso judiciário, VERGONHA NACIONAL!!!

  4. Todo o judiciário é corrupto. Todo. Os mais íntegros “só” levam penduricalhos imorais, “novos direitos” retroativos, etc. Não trabalham no final do ano, não trabalham em julho, férias indecentes de 60 dias. Uma escória que veio pendurada nas ceroulas de D. João IV.

    1. Caro José, explique-nos por favor o que o ministro da Justiça tem com isso.

  5. Humberto Martins foi rápido no gatilho pedindo a suspeição e punição de Marcelo Bretas. ainda bem que Toffoli saiu da presidência do STF

    1. E, além disso, o Ministro Fux não se recusa a enxergar a triste realidade. Aquela dinheirama gatunada por bandidos travestidos de políticos e recuperada mais tarde pela Operação Lava Jato não constitui obra de ficção, como frisou o Ministro. As rachadinhas estão aí para todos verem, mesmo os cegos de espírito. O Voleibol Sinistro e o neofranciscanismo do 'É dando que se recebe', típicos do fisiologismo, a única ideologia relevante no País, invadem nossas narinas indefesas. E seu odor é pútrido!

  6. Se tiver liberdade de investigar vai ter ministro sendo severamente punido. Aposentadoria compulsória com um monte de regalias.

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