Janja: “Como a gente vai fazer com os bichinhos?”

A primeira-ministra Janja (foto) deu uma entrevista ao jornal O Globo sobre sua atuação no governo Lula neste domingo, 5. Ela disse que não pretende ter um papel decorativo, mas que quer protagonismo e até um gabinete oficial.

Um exemplo desse seu protagonismo no Palácio do Planalto foi no transporte ao Brasil dos bichos de estimação em aviões da Força Aérea Brasileira, FAB, dos cidadãos que estavam em Israel e na Cisjordânia.

“Comecei a receber mensagens e falei com o presidente: ‘Como a gente vai fazer com os bichinhos?’ E ele: ‘Mas os bichinhos não estão vindo?’. Eu falei: ‘Não’. Ele falou com o comandante da FAB, e no dia seguinte já estavam os pets no avião. Mas acho que já estavam olhando para isso“, disse Janja.

Sobre se meter em política, mesmo sem ter votos para isso, Janja afirmou: “Não me incomoda. Quem faz essa crítica não enxerga o mundo em que a gente vive hoje. Vou continuar ao lado do presidente, porque acho que é esse o papel que tenho que desempenhar. Não é uma questão de ser eleita ou não. Existem ministros que concorreram e ganharam a eleição ao Senado ou à Câmara, mas a maioria não foi eleita e está lá. Falam muito de eu não ter um gabinete, mas precisamos recolocar essa questão. Nos EUA, a primeira-dama tem. Tem também agenda, protagonismo, e ninguém questiona. Por que se questiona no Brasil? Vou continuar fazendo o que acho correto. Sei os limites“.

Nos Estados Unidos, a primeira-dama que mais se meteu na política foi Hillary Clinton, que tentou até aprovar um programa de saúde no Congresso. Não apenas a iniciativa não foi adiante, como Hillary tornou-se uma das pessoas mais rejeitadas na política local e não conseguiu se eleger presidente. Anos depois, Michelle Obama seguiu os conselhos de Hillary e ficou longe da política. Com isso, sua popularidade ultrapassou a do marido, Barack Obama.

Ao ser perguntada sobre que mulheres a inspiram na política, Janja responde de primeira: “Michelle Obama“. Contudo, parece que a brasileira não está tirando as lições corretas das primeiras-damas americanas. Se fosse mesmo se espelhar em Michelle, Janja deveria é ficar longe da política.

Leia mais na Crusoé sobre a atuação das primeiras-damas nos Estados Unidos e no Brasil.