Exclusivo: Wajngarten colocou irmão de adjunto da Secom para comandar sua empresa

O secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten (foto), colocou o irmão do seu adjunto na pasta, Samy Liberman, para controlar a empresa dele que tem contrato com emissoras e agências que recebem dinheiro do governo.

Depois que os negócios da FW Comunicação com destinatários de verbas publicitárias da própria Secom foram revelados nesta quarta-feira, 15, pelo jornal Folha de S.Paulo, a Secretaria de Comunicação divulgou uma nota em defesa de Wajngarten dizendo que o secretário se afastou da empresa quando assumiu o cargo no governo de Jair Bolsonaro, em abril de 2019.

“Fabio nomeou um administrador, e os contratos que ela (a empresa) mantém com diferentes veículos de comunicação e agências de publicidade ocorreram bem antes dele assumir o cargo”, diz a nota. Wajngarten assumiu a Secom no dia 12 de abril do ano passado. 

Um documento de alteração contratual (leia aqui) assinado no dia 4 de abril por Wajngarten e sua sócia, Clara Wajngarten, mãe do secretário, mostra que o administrador nomeado pelos donos da FW é o empresário Fabio Liberman, irmão do secretário-adjunto da Secom, Samy Liberman.

O mesmo documento diz que o sócio que deixa a administração dos negócios não poderá retirar o “pró-labore” mensal, mas permanece com o direito de receber participação nos lucros no final de cada ano. A legislação proíbe integrantes da cúpula do governo de manter negócios com pessoas físicas ou jurídicas que possam ser afetadas por suas decisões.

Samy Liberman acompanhou Wajngarten em pelo menos uma das 42 viagens a serviço que o secretário de Comunicação fez, em maio de 2019, para uma reunião com a direção da Rede TV e para acompanhar a gravação de uma entrevista de Bolsonaro no SBT.

Procurada, a Secom ainda não respondeu.