Bruno Poletti/FolhapressMarcelo Odebrecht: liberdade total no final de 2022

Desafeto de Marcelo, preso na Carbonara Chimica era interlocutor da Odebrecht com Judiciário

21.08.19 11:54

Principal alvo da Operação Carbonara Chimica, nova fase da Lava Jato, o ex-vice-presidente jurídico da Odebrecht Maurício Ferro é casado com Mônica, filha do patriarca Emílio e irmã de Marcelo Odebrecht (foto). Ferro não assinou acordo de colaboração premiada, e antes de entrar na mira dos investigadores, já era alvo do cunhado, atualmente preso em sua mansão em São Paulo.

Ferro e Bernardo Grandin, ex-sócio dos Odebrecht e também alvo de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira, 21, apareciam desde o início da Lava Jato em trocas de e-mails com indícios de pagamentos indevidos. Mas não figuraram entre os 77 executivos da empresas que assinaram um acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República.

A ausência de Ferro entre os delatores deixou Marcelo possesso. Desde o fim das negociações, o herdeiro começou a enviar recados sobre sua insatisfação. Em sua cabeça, o filho de Emílio achava ter assumido mais crimes que todos os outros executivos e não aceitava Ferro ter saído ileso. A negociação dos acordos, aliás, foi conduzida por Emílio e pelo ex-vice-presidente jurídico da construtora, a partir de um hotel de Brasília alugado para ser o bunker do empreiteira durante as tratativas com a Justiça.

Após deixar a carceragem da PF para cumprir prisão domiciliar, Marcelo Odebrecht aumentou o nível dos ataques contra o cunhado e criticou a permanência dele na empresa, indicando que ele teria participações nos atos criminosos do passado.

Ferro se uniu ao cunhado no rol de presos pela força-tarefa de Curitiba quando foi descoberta a sua participação em repasses milionários para um advogado que estava envolvido nas negociações com o PT para pagamento de suborno pela edição da Medidas Provisórias 470 e 472.

A dúvida agora é saber se Ferro seguirá o caminho de Marcelo em busca de acordo de delação. Caso resolva contar o que sabe, poderá explorar as relações da empresa com o Judiciário. Como executivo da área jurídica, Ferro era a pessoa de confiança de Emílio Odebrecht para tratar dos temas mais sensíveis relacionados aos tribunais. Tanto é que, no entrevero entre Ferro e Marcelo, ao que parece, o patriarca ficou ao lado do genro e preteriu o filho.

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  1. Marcelo tem mesmo é que ajudar a justiça ,é a única maneira de se redimir ajudando a desvendar os desmandos e os assaltos que sofreu o País quem sabe ainda possa ser visto como "herói" nacional.Bem,o simples fato de Lula não gostar dele,já fez de mim,sua fã.#falamarcelinhobommenino.

  2. A Lava Jato a muito que tenta investigar a associação criminosa do judiciário junto às empreiteiras e aos políticos corruptos sem ter muito êxito. Eis que começam a surgir as oportunidades. Logo estas serão sufocadas por Jair Bolsonaro a pedido de Dias Toffole - arauto das grandes organizações criminosas. O plano é soltar o condenado Lula e prender o Moro. A começar pela nomeação de um aliado sórdido e vil para a PGR ligado escusamente ao STF. Quem será?

  3. Se Maurício Ferro , vice presidente jurídico da Odebrecht , fizer delação premiada , ele pode ferrar a vida de PTofoli , Gilmarginal , LevandoTudo e Cia . 🇧🇷

  4. Ao invés de enfiar o "ferro na boneca" agora vamos ter o "Ferro no Judiciário". Odebrecht em cena, novamente, só que agora sem Moro e Dalaion. Que pena!!!

  5. O Grande Chefão, Emilio Odebrecht, não vai em cana, junto com o genro? O Brasil aguarda ansiosamente o momento em que este vendilhão da Pátria pagará por seus crimes.

    1. Acho que será uma RETROLAVAGEM, ou seja, uma LAVA TOGA feita pelo próprio judiciário (No caso, iniciada pela 13a Vara de Curitiba). Agora eu acredito que passaremos o Brasil a limpo.

  6. A Lava Jato segue em frente, apesar de todos os ataques. Vamos reforçar nosso apoio domingo e também exigir o impeachment do DT e do GM. E, é claro, a CPI da Lava Toga

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