Adriano Machado/Crusoé

Depois do ‘príncipe nigeriano’, Planalto pede que Economia avalie ‘empresas quânticas’

24.07.20 10:50

Conforme Crusoé revelou, o Ministério da Economia levou um mês para concluir que uma proposta de investimentos de meio trilhão de dólares no Brasil se tratava, na verdade, de uma fraude — conhecida popularmente como a “fraude do príncipe nigeriano”. A oferta chegou à equipe de Paulo Guedes pelas mãos do gabinete pessoal de Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, auxiliares da pasta foram instados a avaliar um novo pedido do Planalto: para que apreciassem uma oferta tecnológica para criação de “empresas quânticas” no Brasil. 

“A única forma do Brasil crescer é com a tecnologia HPMCU que cria empresas quânticas que têm avanço tecnológico com 10 vezes mais capacidade de gerar liderança mundial e riqueza”, diz carta enviada ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro, posteriormente remetida ao Ministério da Economia. “Só o Brasil tem a capacidade de unir o mundo, porque a população de todos os países amam o Brasil, a união faz o PIB mundial crescer 500%. O mundo só terá ordem quando o Brasil acordar. A verdade é o meio mais eficaz de crescimento”, acrescenta o documento. 

Segundo ofícios encaminhados por Aida Iris de Oliveira, chefe do Gabinete Adjunto de Gestão Interna do gabinete pessoal de Bolsonaro, o assunto deveria ser avaliado pelos ministérios da Saúde, Minas e Energia, Comunicações, Ciência e Tecnologia e Economia, “salvo melhor juízo”. 

Desta vez, no entanto, diferentemente do que aconteceu com as cartas oferecendo fundos bilionários ao Brasil, ninguém perdeu tempo com a questão. A chefia de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação colocou um ponto final à história rapidamente. 

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