Foto: Hoheit/Wikimedia Commons

Cresce apoio dos palestinos ao Hamas. Somente 7% querem democracia

13.12.23 14:56

Embora o Hamas tenha assassinado brutalmente 1.200 inocentes em Israel e iniciado uma guerra, o apoio da população palestina ao grupo terrorista mais do que triplicou na Cisjordânia e avançou sensivelmente na Faixa de Gaza.

Pesquisa do Palestinian Center for Policy and Survey Research (PSR), divulgada nesta quarta-feira, 13, aponta que 44% dos palestinos na Cisjordânia dizem apoiar o Hamas, ante 12% em setembro. Em Gaza, 42% dos entrevistados defendem o grupo terrorista. Há três meses, os simpatizantes do Hamas eram 38%.

O levantamento também mostra que 57% dos entrevistados em Gaza e 82% na Cisjordânia acreditam que o Hamas acertou ao atacar Israel em 7 de outubro. Cerca de 81% dos palestinos acreditam que o grupo terrorista agiu para “defender” a mesquita Al Aqsa, em Jerusalém, e obter a libertação dos prisioneiros de segurança palestinos. Apenas 10% dizem acreditar que o Hamas cometeu crimes de guerra.

Com a guerra, a porcentagem de palestinos que apoia a luta armada subiu dez pontos percentuais em três meses, até chegar a 63%.

Questionados sobre quem preferiam ver no comando da Faixa de Gaza, 75% dos palestinos na Cisjordânia indicaram o Hamas. Em Gaza, 38% declararam que confiariam o poder ao grupo terrorista.

A Autoridade Palestina (AP), que governa a Cisjordânia e poderia ser uma alternativa ao grupo terrorista, tem visto a sua legitimidade esfarelar. Cerca de 88% dos palestinos querem a renúncia de seu presidente, Mahmoud Abbas.

Na Cisjordânia, apenas 10% dos palestinos estão satisfeitos com a AP e, em Gaza, 21%.

O apoio a Ismael Hanniyeh, líder da ala política do Hamas, também é esmagadoramente maior do que a Mahmoud Abbas. Em Gaza, Hanniyeh tem o apoio de 71% dos entrevistados, contra 24% de Abbas. Na Cisjordânia, o primeiro tem 82% de apoio e o segundo, 10%.

Para 43% dos palestinos, o objetivo mais importante deve ser acabar com a ocupação israelense e construir um Estado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Outros 36% acreditam que o mais premente deveria ser obter o direito de retorno dos palestinos que se consideram refugiados a Israel. Onze por cento querem instalar uma sociedade religiosa baseada nos ensinamentos islâmicos. Somente 7% defendem o estabelecimento de uma democracia, que respeite as liberdades e direitos dos palestinos.

O PSR ouviu 1.231 pessoas na Cisjordânia e em Gaza, entre 22 de novembro e 2 de dezembro. A margem de erro é de quatro pontos percentuais.

A pesquisa corrobora com o historiador e cientista político Adi Schwartz que, em entrevista a Crusoé, disse que “o problema não é apenas o Hamas”. Para o autor do livro A guerra de retorno, os palestinos em geral rejeitam a existência de Israel e a paz só poderá vir com uma mudança de mentalidade.

 

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  1. A manchete de que só 7% dos palestinos querem a democracia me parece capciosa. Pelo que entendi do parágrafo ao fim, a pergunta da pesquisa deveria ter sido qual a coisa mais premente para os palestinos no momento. Faltou, portanto, o esclarecimento da exata pergunta feita.

  2. QUE BOM QUE O APOIO CRESCEU. AGORA NÃO PODEM RECLAMAR SE CIVIS MORREREM NO CONFLITO. ELES ESTÃO PEDINDO E ISRAEL DARÁ.

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