Adriano Machado/Crusoé

Conib condena comentário de chanceler sobre campos de concentração

29.04.20 15:28

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) divulgou nesta quarta, 29, um comunicado condenando as comparações publicadas pelo ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo (foto), em seu blog.

“A Conib condena de forma veemente o comentário do chanceler brasileiro, Ernesto Araujo, comparando o isolamento social para combater a Covid-19 aos campos de concentração nazistas. Não há comparação possível entre uma medida sanitária, adotada em todo o mundo para combater uma pandemia, a uma ação persecutória e racista contra uma minoria inocente, que culminou com o extermínio de 6 milhões de judeus na Europa. Esperamos uma retratação imediata”, diz o texto.

Após a publicação do texto de Araújo no dia 22, o Comitê Judaico Americano exigiu uma retratação “Essa analogia usada por Ernesto Araújo é profundamente ofensiva e totalmente inapropriada. Ele deve se desculpar imediatamente”, escreveu o Comitê no Twitter.

Pouco antes de a Conib divulgar sua nota, o ministro se manifestou no Twitter: “Orgulho-me de minha postura de denunciar e combater o antissemitismo e de meu trabalho pela construção da relação de profunda amizade e parceria desejada pelos povos do Brasil e de Israel”.

Segundo Araújo, quem banalizou o holocausto foi Slavoj Zizek. Em seu artigo “Chegou o Comunavírus”, Araújo critica o escritor esloveno de esquerda e faz comparações entre o comunismo e o nazismo. “A pretexto da pandemia, o novo comunismo trata de construir um mundo sem nações, sem liberdade, sem espírito, dirigido por uma agência central de ‘solidariedade’ encarregada de vigiar e punir. Um estado de exceção global permanente, transformando o mundo num grande campo de concentração”, escreveu Araújo em seu blog Metapolítica 17.

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