The White House via Flickr

Como a guerra em Israel mexe com balança de Joe Biden para 2024

13.11.23 11:00

Joe Biden (foto) está em desvantagem na corrida presidencial dos EUA no ano que vem — onde ele deve ser, quase indiscutivelmente, o candidato democrata. Mesmo com vários julgamentos que podem torná-lo inelegível, Donald Trump —o também indiscutível nome republicano— leva a vantagem em cinco estados-chave na disputa de novembro de 2024.

Mas a defesa contundente do presidente americano a Israel, na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, praticamente rachou sua base partidária ao meio: 50% dos democratas aprovam a condução da sua política externa sobre o tema, enquanto outros 46% desaprovam, apontou uma pesquisa da Associated Press (AP) na última sexta-feira (10). Mais ligados à esquerda, a base mais jovem democrata e progressista tende a demonstrar apoio mais explícito às causas como apoio aos palestinos e pedidos de cessar-fogo.

Mais que isso, o apoio da comunidade árabe-americana e muçulmano-americana desabou em um mês. Se em 2020, uma pesquisa indicou que o democrata tinha o apoio de 59% desse eleitorado, hoje ele tem 17%.

Isso o coloca em perigo em estados onde ele já está atrás: em Michigan, ele está atrás de Trump por quatro pontos; na Pensilvânia, por cinco, indica a pesquisa do jornal New York Times publicada no início do mês. No primeiro, há 200 mil eleitores muçulmanos e mais ou menos igual número de eleitores com descendência árabe.

A Pensilvânia é, no jogo eleitoral americano, talvez o mais importante estado a definir a eleição. Com eleitores tradicionalmente capazes de inclinar para os dois lados, Trump venceu lá em 2016 por 0,72%, enquanto Biden teve uma vantagem de 1,17% em 2020. Mesmo assim, os 81 mil votos de vantagem do democrata podem não se repetir se o apoio dos 170 mil muçulmanos no estado desaparecer.

Ao mesmo tempo, o Partido Democrata vê sinais improváveis de sucesso. Em eleições estaduais na semana passada, os democratas tiveram sucesso em estados normalmente refratários ao partido, como na Virgínia e no Kentucky. Em Ohio, os eleitores colocaram o direito ao aborto na legislação estadual, mostrando que a aposta dos republicanos em pressionar a Suprema Corte pela retirada do direito ao procedimento começa a ser sentida nas urnas. Todos esses são sinais para Biden— que deve lê-los antes do início oficial da campanha, em janeiro de 2024.

Leia na CRUSOÉ: Sobre Israel, não há meio termo entre parlamentares americanos

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