Agência Brasil

Atos pró e contra Bolsonaro não poderão ocorrer no mesmo dia e local, diz Doria

01.06.20 13:57

O governador de São Paulo, João Doria (foto), afirmou nesta segunda-feira, 1, que atos a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro não poderão mais ocorrer no mesmo dia, horário e local no estado. De acordo com o tucano, a medida visa evitar confrontos públicos.

O anúncio ocorre um dia após o registro de confusões na Avenida Paulista. Houve pelo menos dois tumultos no local. O primeiro entre manifestantes bolsonaristas e um grupo pró-democracia, formado por integrantes de torcidas organizadas. Depois, entre os torcedores e a Polícia Militar. Os agentes usaram bombas de efeito moral e dispararam tiros de balas de borracha para fazer a dispersão.

Doria disse que “todos têm direito a se manifestar, mas ninguém tem direito de agredir”. O governador acrescentou que a orientação é para que os atos aconteçam aos fins de semana. “O local poderá ser o mesmo. Porém, em dias diferentes. E poderemos alternar também, como forma de garantir o direito igual às duas diferentes faces que temos nessas manifestações”, explicou.

O tucano declarou que o confronto enfraquece a democracia e pode ser usado como justificativa daqueles que defendem a intervenção militar e “pretendem retomar a ditadura”. “Nós já vivemos a pior crise de saúde do século. A mais grave crise social. A mais grave crise econômica. E, agora, a maior agressão à democracia desde a ditadura em 1964.”

Ao fim do discurso, Doria teceu críticas ao presidente Jair Bolsonaro, que participou de manifestações com ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal. “Qual é o sentido de um presidente da República desfilar a cavalo em meio a 30 mil mortos pelo coronavírus? Qual é o sentido? Qual é a razão? O que ampara um ato desta natureza em meio a uma pandemia?”, questionou.

O governador pediu que o chefe do Planalto “assuma seu verdadeiro e real papel”. “Ele não é presidente somente de bolsonaristas, mas de todos os brasileiros. Enquanto Bolsonaro utilizar redes sociais para hostilizar brasileiros que não o apoiam a dificuldade em vender o coronavírus será ainda maior.”

Mais notícias
Assine agora
TOPO