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7 sinais de que “El Loco” Milei não morde

27.11.23 16:12

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei (com os seus cachorros, em imagem divulgada no Instagram), venceu as eleições com um discurso radical e populista. Com isso, foi apelidado de “El Loco“. Mas, passado o pleito, o libertário tem dado diversas demonstrações de moderação. Aqui, uma lista com sete evidências de que o argentino abandonou algumas ideias de campanha.

 

1. Lula
Na campanha, Milei chamou o presidente brasileiro de “comunista, “corrupto” e “ladrão“. Após a vitória, Milei disse que Lula seria bem-vindo em sua posse, dia 10. Também enviou a sua futura ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, para se encontrar com o chanceler de ofício, Mauro Vieira, no domingo, 26. Diana entregou uma carta endereçada ao presidente brasileiro. “Desejo que nosso tempo juntos como presidentes e chefes de governo seja uma etapa de trabalho frutífero e de construção de laços que consolidem o papel que Argentina e Brasil podem e devem desempenhar no concerto de nações“, diz o texto.

 

2. Acordo entre Mercosul e União Europeia
Antes da eleição, Milei disse que o Mercosul era um “estorvo” e que as relações seriam feitas pelos entes privados, sem intervenção do Estado. Na viagem a Brasília, Mondino apoiou a assinatura do acordo com a União Europeia. “Antes que me perguntem, estamos conversando sobre a importância que tem de assinar o Mercosul quanto antes. Mercosul-União Europeia e eventualmente com outros países, como Singapura”, disse Mondino. Mauro Vieira, após a conversa, disse que “Mondino quer um Mercosul maior e mais forte“.

 

3. Joe Biden e os Estados Unidos
Milei tinha dado a entender que viajaria para os Estados Unidos em uma viagem “espiritual” para se encontrar com o republicano Donald Trump, provável rival do presidente Biden nas eleições do ano que vem. Nesta segunda, 27, Milei chegou aos Estados Unidos com o provável ministro da economia, Luis Caputo. Elesl terão reuniões com quatro funcionários do governo de Biden. Entre eles, está Juan Gonzalez, do Departamento de Estado.

 

4. Fundo Monetário Internacional
O libertário sempre prometeu que não daria calote no FMI. Eleito, disse que seu time já está negociando com o banco. Na sexta-feira, 24 de novembro, Milei teve uma reunião virtual com a diretora-executiva do Fundo, Kristalina Georgieva. Na viagem oficial aos Estados Unidos, o presidente eleito passará por Washington para se reunir, presencialmente, com as autoridades da instituição.

 

5. China
O candidato tinha falado em romper com os comunistas em favor “do lado civilizado da vida“. Também acusou a ditadura chinesa de matar quem “não faz o que eles querem“. Na semana passada, ao receber uma carta de Xi Jinping, Milei agradeceu com ternura. “Agradeço ao presidente Xi Jinping as felicitações e votos de felicidades que me enviou através da sua carta. Envio-lhe os meus mais sinceros votos de bem-estar do povo da China”, escreveu o argentino.

 

6. Dolarização e fim do Banco Central
A principal proposta da campanha era a dolarização, com a abolição do peso e do Banco Central. Na semana passada, o presidente eleito afirmou que esse é um objetivo de “médio prazo“. O provável ministro da Economia do novo governo, Luis Caputo, não é um árduo defensor da dolarização. A probabilidade de que Caputo assuma a pasta da Economia levou o principal defensor da dolarização, o economista Emilio Ocampo, a recusar o convite para ocupar o Banco Central.

 

7. Peronismo
Ao longo da campanha eleitoral em 2023, Milei mostrou-se um duro crítico do kirchnerismo, a principal vertente do peronismo. Mas o libertário teve cuidado para não atacar a ala mais moderada do peronismo. Ao longo do processo eleitoral, Milei flertou com o peronista Florencio Randazzo. Ele hoje integra a equipe de transição e é cotado para presidir a Câmara dos Deputados e liderar a base do governo na Casa. Outro peronista que deve estar no próximo governo é Osvaldo Giordano, que deve assumir o órgão de previdência social, Anses.

 

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  1. Como um falastrão de sempre na hora da verdade, não é bem aquilo que foi dito durante toda a campanha. Queiram ou não, a Argentina não é um país deslocado do planeta terra. Hoje, todos dependente de todos, seja financeiramente como comercialmente. Este discurso do "El Loco" de querer ir contra a China, é o mesmo que não querer aceitar que vai ficar perdido em um mundo globalizado.

  2. Tigrão na campanha e tchutchuca no governo. Será só mais um. É por isso que o caudilhismo impera na América do sul: eles cumprem bem seu objetivo de multiplicar a pobreza e escravizar o pobre ao estado. A direita, seja ela liberal, conservadora ou algo monstro de Frankenstein só sabe bufar até ter que meter o rabo entre as pernas

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