Argentina: a volta ao Brasil da chefe da diplomacia de Milei
A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino (foto), deve fazer uma visita oficial ao Brasil na próxima semana. A informação foi primeiro veiculada pela Folha de S. Paulo e confirmada por Crusoé com uma fonte da diplomacia brasileira. Essa será a primeira visita ao país com Mondino no comando do Palácio San Martín. No final...
A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino (foto), deve fazer uma visita oficial ao Brasil na próxima semana.
A informação foi primeiro veiculada pela Folha de S. Paulo e confirmada por Crusoé com uma fonte da diplomacia brasileira.
Essa será a primeira visita ao país com Mondino no comando do Palácio San Martín.
No final de novembro, após a eleição de Milei, ela se reuniu com o ministro Mauro Vieira, do Itamaraty, em Brasília.
A expectativa desta vez é que Mondino chegue ao Brasil no domingo, 14 de abril, e se reúna com Mauro Vieira na segunda, 15.
A futura visita é descrita como "pontual" e "informal", com agenda aberta.
Alguns dos temas que devem ser discutidos, como sempre, são integração regional e a situação diplomática na América Latina.
Dentre possíveis temas citados, está Venezuela. No final de março, o regime de Nicolás Maduro impediu a candidatura presidencial da acadêmica Corina Yoris, a indicada da líder da oposição, María Corina Machado.
A falta de declaração sobre o motivo para o ato levou até mesmo o Itamaraty a publicar uma nota manifestando “preocupação” pelo tema, o que chegou a irritar o chavismo.
Outro assunto que possivelmente será discutido é a crise diplomática entre Equador e México.
A polícia equatoriana invadir a embaixada mexicana em Quito para prender um ex-vice-presidente condenado por corrupção que se asilava nas instalações.
A ação descumpriu o consenso sobre a inviolabilidade das embaixadas, mesmo que sejam território do país anfitrião, e isolou Quito no cenário internacional.
Como foi a primeira visita de Mondino ao Brasil?
A primeira visita oficial de Mondino ao Brasil ocorreu em 26 de novembro, durante o período de transição do governo argentino.
A empresária já estava confirmada como futura ministra das Relações Exteriores de Javier Milei. De fato, ela era cotada ao cargo desde antes mesmo da vitória eleitoral do libertário, em 19 de novembro.
Na primeira visita ao Brasil, Mondino se reuniu com Mauro Vieira no Itamaraty, em Brasília.
Não houve nenhum informe antecipando a visita, que foi divulgada pela própria argentina em suas redes sociais.
“Discutiram também aspectos da relação bilateral e o atual estágio das negociações Mercosul-UE”, disse postagem do Itamaraty no X, antigo Twitter, após a reunião na época.
🇦🇷🤝🇧🇷 pic.twitter.com/KRAaqRnUfu
— Diana Mondino (@DianaMondino) November 26, 2023
¡Bienvenida @DianaMondino a Brasil! 🇦🇷🇧🇷
Ahora, en Itamaraty junto con el Canciller de Brasil, Mauro Vieira y el Embajador de Brasil en nuestro país, Julio Bitelli. pic.twitter.com/pJOUZjCAsR
— Daniel Scioli 🇦🇷 (@danielscioli) November 26, 2023
A deputada eleita e Chanceler designada pelo governo Milei, Diana Mondino, encontra-se em Brasília, para reunião de trabalho com o Ministro Mauro Vieira. Na ocasião, entregou convite do Presidente eleito Javier Milei para que o Presidente Lula participe da sua posse, em 10/12 🇦🇷. pic.twitter.com/MR7kLjeVgf
— Itamaraty Brasil 🇧🇷 (@ItamaratyGovBr) November 26, 2023
Como é a relação entre Milei e Lula?
O encontro de final de novembro foi orquestrado pelo então embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, para apaziguar as animosidades entre Javier Milei e Lula.
Mondino trouxe o convite à posse do libertário, que veio a ocorrer em 10 de dezembro.
Lula não compareceu. Preferiu enviar apenas a Mauro Vieira.
Milei também havia convidado informalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro também para a posse.
Ao final, o libertário deu palanque a Bolsonaro e o deixou aparecer na foto do discurso posse, ao lado de chefes de Estado, na frente do Congresso da Nação.
A relação entre Lula e Milei, já como representantes de seus respectivos países, azedou desde o início, quando o petista não parabenizou o libertário pela eleição em 19 de novembro.
Lula apenas elogiou a democracia argentina e as suas instituições.
Ao longo da campanha, o argentino afirmara que "não faria negócios" com o governo Lula e chamou o petista de "comunista" e de “ladrão", dentre outras ofensas.
Na Casa Rosada, por outro lado, o libertário baixou o tom na animosidade com Lula, algo que não ocorreu para com outros mandatários latinoamericanos, como o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.
Membros do círculo próximo de Milei já indicavam à diplomacia brasileira antes da eleição que as declarações não passavam de bravata eleitoreira, como revelou o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli, em entrevista a Crusoé em outubro.
Leia também: Diplomacia da birra
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Comentários (1)
ANDRÉ MIGUEL FEGYVERES
2024-04-11 13:05:25Só tenho elogios para Javier Milei e Diana Mondino. Quanto a Lula e Mauro Vieira, falar o que? Que Deus tenha piedade de nós brasileiros!