eSports não precisam do governo. É o contrário
De todas as reações ao desprezo da ministra Ana Moser aos esportes eletrônicos, fico com a de Alexandre “Gaules”, o segundo maior streamer da Twitch do mundo: “A parte boa disso é que a gente nunca precisou e nem vai precisar dessa galera para ficar dizendo se é esporte ou não é. A gente nunca precisou desse pessoal, nem nunca vai precisar”.
Os torneios de eSports distribuíram R$ 1,1 bilhão em prêmios ao redor do mundo em 2022, de acordo com o site Esports Earnings. O setor movimentou R$ 6,5 bilhões no ano passado, estima a plataforma de análise de dados Newzoo, segundo a qual o público que acompanha partidas virtuais deve ultrapassar 1 bilhão de pessoas neste ano.
O Ministério do Esporte prevê orçamento de R$ 1,9 bilhão para 2023, mas apenas para “fazer política”, avisou a ministra ao tomar posse. A ex-jogadora de vôlei assumiu a pasta recriada dizendo que pretendia “ir atrás de dinheiro” para bancar os programas que pretende patrocinar. Talvez conseguisse algum entre os fãs de League of Legends e Counter-Strike.
A polêmica começou porque os esportes eletrônicos ficaram de fora da Lei Geral do Esporte, aprovada pelo Senado e pela Câmara no ano passado. O projeto de lei ainda precisa ser apreciado pelo Senado mais uma vez, porque foi modificado na Câmara — ou seja, a Legislatura que assume na próxima semana pode mudar tudo. No que depender do governo Lula, contudo, a lei será aprovada como está.
O problema não é a ministra do Esporte desprezar os eSports, mas ninguém do governo ter aparecido para reclamar uma modalidade em franco crescimento, que tem mudado a vida de muitos jovens e movimentado a economia mundial mesmo em tempos de crise. Se for entretenimento, como sugeriu Moser ao comparar os jogadores a Ivete Sangalo, que Margareth Menezes se apresente. É tecnologia? O teclado está quicando, ministra Luciana Santos.
Emmanuel Macron, presidente da França, anunciou que pretende “fazer uma ligação” entre a Olimpíada, que seu país sediará em 2024, e os maiores eventos de jogos eletrônicos do mundo. Em setembro último, os Jogos Olímpicos Asiáticos deram medalhas pela primeira vez para modalidades eletrônicas, como Fifa e DotA 2 — os eSports já tinham sido disputados no evento de 2018, mas sem influir no quadro de medalhas.
No Brasil, a discussão se perdeu na desqualificação gratuita da modalidade e no deboche contra jogadores que teoricamente não se esforçam tanto quanto atletas de alto rendimento. Enquanto o mundo segue jogando, o governo Lula vai ficar apenas assistindo?
Rodolfo Borges é jornalista e editor de conteúdo de O Antagonista
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O único deputado que eu vi falando sobre a importância do E-sports foi o Kim Kataguiri...
Desfrutem da ignorância desse governo. Quando eles descobrirem o dinheiro que a modalidade movimenta irão: 1- criar uma secretaria do e-sports para empregar apaniguados;2- criar uma estatal para gerar distribuir cargos, aumentar base de apoio e fazer uns contratos fantasmas;3- sobretaxas eventos, prêmios e promotores.
Bando de desqualificados que não tem noção do quanto esse mercado movimenta.
A gente somos inútil …
O Brasil sempre na contramão da civilização.
E o que o governo Lula entende de esportes? O qua fez pelo Esporte Nacional nos 8 anos de governo mais os 6 de Dilma?
Pois é, vai,e somos bons nesse esporte.
Melhor governo é nenhum governo!!